ATA DA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 15.01.1997.

 


Aos quinze dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a  chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Eliseu Sabino, Gerson Almeida, Isaac Ainhorn,  Paulo Brum e Renato Guimarães, Titulares. Ainda, durante a presente Reunião, responderam à chamada os Vereadores Anamaria Negroni, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila e Reginaldo Pujol, Titulares, Antonio Hohlfeldt, Cyro Martini, João Carlos Nedel e Luiz Braz, Suplentes. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Reunião de Instalação da Primeira Comissão Representativa e das Atas da Primeira e Segunda Reuniões Ordinárias da Primeira Comissão Representativa, que, na ocasião,  deixaram de ser votadas face à inexistência de "quorum deliberativo". Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 2168, 2170, 2172, 2234 e 2236/96, do Deputado Federal Mendes Ribeiro Filho, Chefe da Casa Civil do Estado. A seguir,  constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento do Vereador Adeli Sell, solicitando inversão da ordem dos trabalhos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Juarez Pinheiro reportou-se à Emenda Constitucional  que possibilita a reeleição do Presidente da República, lendo parte da crônica de autoria do colunista político Carlos Heitor Cony, intitulada "A sucessomania de Hitler", publicada ontem no Jornal Folha de São Paulo, a qual traça paralelo entre a atuação do Presidente Fernando Henrique Cardoso e a forma como Hitler alcançou o poder durante a década de trinta.  Parabenizou o Prefeito Raul Pont pela iniciativa de convocar as forças democráticas e populares para um movimento que detenha o que considera  "uma marcha neofascista" do atual Governo Federal. O Vereador João Dib  comunicou à Casa que, por acreditar na verdade e ser um homem de convicções, está ingressando em juízo contra a  posse dos Suplentes Lauro Hagemann e Cyro Martini. Criticou a atuação do Secretário Municipal dos  Transportes,  comentando  parada  de lotação instalada no Viaduto Loureiro da Silva e a situação do sistema binário das Ruas Vinte e Quatro de Outubro e a Eudoro Berlink. O Vereador Isaac Ainhorn  reportou-se à posse, dia primeiro do corrente, dos Suplentes Cyro Martini e  Lauro Hagemann, manifestando seu apoio pela posição assumida no caso pela Presidência da Casa. Classificou como justa a intenção do Vereador João Dib de buscar dirimir dúvidas junto  à  Justiça,  considerando,  porém,  que  antes deveriam  ser  esgotadas todas as instâncias da Casa. Comentando declarações do Prefeito Raul Pont de que a Prefeitura não pretende investir recursos no projeto do "Aeromóvel", lembrou defesa deste Projeto feita, há três anos, pelo então Prefeito Tarso Genro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn  deu continuidade ao seu pronunciamento sobre  o  projeto do "Aeromóvel", atentando para as diferentes posições com relação ao assunto assumidas pelos Senhores Tarso Genro e Raul Pont, ex-Prefeito e atual Prefeito de Porto Alegre. Declarou que formalizará pedido de constituição de Comissão Especial para que sejam tomadas posições definitivas sobre este Projeto. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Guilherme Barbosa  reportou-se ao pronunciamento do Vereador Isaac Ainhorn, acerca do projeto do "Aeromóvel", defendendo posição do Prefeito Raul Pont, contrária ao uso de recursos públicos neste  projeto. Congratulou-se com a Secretaria Municipal dos Transportes, pelo trabalho realizado de sinalização da Cidade. Ainda, manifestou-se acerca das condições de trabalho do Corpo de Bombeiros do Estado, lamentando redução, no orçamento estadual deste ano, das verbas destinadas para essa corporação.  O Vereador Gerson Almeida disse observar-se um "verdadeiro  tráfico de influências" no encaminhamento, pelo Governo Federal,  da questão da Reeleição, defendendo a conscientização e mobilização de todos quanto ao assunto. Analisou pronunciamentos hoje feitos na Casa, referentes ao "Aeromóvel", declarando que tal transporte torna-se inviável sem o uso de recursos da iniciativa privada.  Finalizando, reafirmou sua opinião contrária ao cercamento do Parque Farroupilha. A seguir, constatada a existência de "quorum", foram aprovadas a Ata da Reunião de Instalação da Primeira Comissão Representativa e as Atas da Primeira e da Segunda Reunião Ordinária. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Fernando Záchia discorreu sobre o projeto do Vereador Nereu D'Ávila, de cercamento do Parque Farroupilha, tecendo comentários acerca dos parcos recursos hoje orçados para manutenção de   parques e praças da Cidade. Lembrou projeto aprovado ano passado na Casa, criando cargos de assessoramento técnico ao Plano Diretor, solicitando estudos acerca da situação atual destes cargos, em vista da mudança da Legislatura.  Na oportunidade, o Vereador Isaac Ainhorn propôs a busca de contatos com o Executivo Municipal para a regularização dos funcionários integrantes da Comissão Técnica Especial para Avaliação do Segundo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental e o Senhor Presidente informou que o tema seria analisado na próxima reunião da Mesa Diretora.  Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Eliseu Sabino analisou nota do Jornal Correio do Povo do dia doze do corrente mês, relativa à adoção de um local para realização de oferendas e despachos, ao qual chamou de "despachódromo", colocando-se  favorável a essa iniciativa. Também, congratulou-se com o Secretário José Fortunati, por reunir-se, amanhã, com Comissão Técnica para estudo de um local adequado à construção, em Porto Alegre, de uma pista de eventos. Ao finalizar,  registrou sua opinião contrária ao cercamento do  Parque  Farroupilha. A seguir,  foi  apregoado <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Requerimento do  Vereador João Dib, solicitando, com a possível urgência, cópias autenticadas dos Processos nºs 170/93, 285/94, 276/96 e 148/97 e dos Anais das Sessões de primeiro de  janeiro de mil novecentos e noventa e três e de mil novecentos e noventa e sete, Requerimento este deferido pelo Senhor Presidente. Em COMUNICAÇÕES,  o Vereador Clovis Ilgenfritz analisou pronunciamentos hoje feitos na Casa, relativos às posses dos Suplentes Cyro Martini e Lauro Hagemann. Declarou que deverá manter reunião com o Vice-Prefeito José Fortunati, para  tratar de diversos assuntos de interesse comum entre o Legislativo e Executivo Municipal, principalmente no que se refere à construção de uma pista de eventos em Porto Alegre e à situação de áreas públicas utilizadas pelo Sport Club Internacional e pelo Grêmio Football Porto-Alegrense. Falou sobre ato público contrário à Emenda da Reeleição, ocorrido no último dia treze. O Vereador Carlos Garcia comentou pesquisa feita junto à população,  relativa ao projeto do Vereador Nereu D'Ávila, de cercamento do Parque Farroupilha,  quando mais de setenta por cento dos entrevistados opinou contrariamente a essa medida.  Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Garcia prosseguiu com a análise de dados de pesquisa popular sobre o cercamento do Parque Farroupilha, discorrendo sobre a forma como hoje ocorre a manutenção dos parques na Capital. Falando sobre terrenos públicos utilizados por  clubes esportivos da Cidade, defendeu a busca de soluções que garantam o melhor para a comunidade esportiva. Ao final, parabenizou-se com manifestações de Prefeitos e ex-Prefeitos contrários à possibilidade de reeleição para cargos do Executivo, salientando a importância do amplo debate desta questão. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Anamaria Negroni saudou os presentes, declarando sua disposição de realizar, na Casa,  uma trabalho embasado na busca do bem estar de todos os porto-alegrenses. Posicionou-se favorável à possibilidade de reeleição dos detentores de cargos no Executivo, questionado os reais motivos de opiniões contrárias a mesma, em especial as oriundas do ex-Prefeito de São Paulo, Senhor Paulo Maluf, e de integrantes do Partido dos Trabalhadores. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Fernando Záchia comentou matéria divulgada pela imprensa, em que o Vice-Prefeito manifesta-se sobre áreas públicas utilizadas pelos Grêmio Football Porto-Alegrense e o Sport Club Internacional, defendendo uma ação conjunta desta Casa com o Executivo Municipal para que possa ser buscada a devida regulamentação dessas áreas. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell externou sua posição contrária ao projeto de Emenda Constitucional que permitirá a reeleição do Presidente da República, fazendo referência a alguns setores do PMDB que também se opõem ao referido projeto. Criticou a pequena dotação orçamentária destinada à manutenção dos parques e praças do Município, manifestando-se contrariamente ao cercamento do Parque Farroupilha. Falou da necessidade de uma parceria entre os governos Municipal e Estadual no sentido da criação de um  parque temático, a fim de incrementar o turismo na Cidade. Informou que será  realizada na próxima sexta-feira, nesta  Casa, a  pedido da Associação dos <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Motoristas de Táxi de Porto Alegre, demonstração de um equipamento rastreador para táxis. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Reginaldo Pujol teceu considerações a respeito do projeto de Emenda Constitucional que prevê a possibilidade de reeleição para o Presidente da República. A seguir, o Vereador Reginaldo Pujol formulou Questão de Ordem acerca do uso da palavra pelos Vereadores Suplentes durante as Reuniões da Comissão Representativa, tendo o Senhor Presidente informado estabelecer o Regimento que, nas Reuniões Ordinárias, os Vereadores poderão usar da palavra por dez minutos, falando prioritariamente os membros titulares, porém, se os Vereadores Titulares inscritos para pronunciar-se não estiverem em Plenário, os Suplentes poderão fazer uso da palavra, salvo melhor entendimento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cyro Martini reafirmou a legalidade do ato que deu posse à Sua Excelência e ao Vereador Lauro Hagemann. Teceu considerações a respeito das atuais condições operacionais dos táxis-lotações, manifestando-se contrário à instalação de paradas de embarque e desembarque para estes veículos. Criticou a proposta de criação de um "despachódromo", afirmando ser esta um cerceamento da prerrogativa constitucional que consagra o direito à liberdade religiosa. Considerou desnecessária a criação de um convênio entre a Prefeitura Municipal e a Brigada Militar, a fim de garantir a segurança do Parque Farroupilha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib afirmou que buscará no Poder Judiciário a solução para as irregularidades ocorridas, no entender de Sua Excelência, no ato de posse dos Vereadores Cyro Martini e Lauro Hagemann. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Antonio Hohlfeldt teceu considerações a respeito da Lei nº 7926 (publicada no Diário Oficial do Município no dia vinte de dezembro de mil novecentos e noventa e seis), que desafeta da destinação de uso comum do povo próprios municipais na Vila Jardim. Afirmou ainda que esta Lei foi votada e aprovada por este Legislativo sem uma discussão devidamente aprofundada. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt continuou seu pronunciamento em Comunicações, acerca da Lei nº 7926, dizendo que este Legislativo não deve repetir os erros cometidos quando da aprovação da referida Lei, uma vez que se encontram em tramitação nesta Casa projetos semelhantes. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol, reportando-se ao pronunciamento do Vereador Antonio Hohlfeldt, afirmou que votará contra os projetos que chegarem ao Plenário em situação semelhante àqueles que foram votados e aprovados  nos termos do artigo 81 do Regimento, sem terem recebido pareceres das Comissões Permanentes. Alertou também para a necessidade de uma melhor organização no cronograma de obras da Administração Municipal. Às doze horas e quarenta e três minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à  hora  regimental.  Os  trabalhos  foram  presididos  pelos Vereadores  Clovis  Ilgenfritz, Reginaldo  Pujol e  Paulo Brum e secretariados <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>pelos Vereadores Paulo Brum, Guilherme Barbosa e Carlos Garcia, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 

 


O  SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz):  Com a palavra o Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento):  Sr. Presidente, é possível transferir a  Ordem do Dia para o final de nossa pauta?

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação o Requerimento do Ver. Adeli Sell. (Pausa.)   Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO.

 

Passamos ao período de

 

COMUNICAÇÕES

 

Ver. Renato Guimarães. Desiste. Ver. Reginaldo Pujol. Ausente. Ver. Paulo Brum. Desiste. Ver. Nereu  D'Ávila. Ausente. Verª. Maria do Rosário. Ausente. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós voltamos a abordar nesta tribuna um assunto que já enfrentamos na última Sessão Plenária e, naquele momento,  parece-me,  não mereceu a consideração  necessária, ou seja, a forma truculenta com que o Governo Fernando Henrique Cardoso encaminha o seu Projeto de  Emenda Constitucional que lhe possibilite a reeleição. Eu quero fazer uma homenagem a um dos maiores cronistas  políticos que este País já teve, que enfrentou o período da ditadura e conseguiu manter a sua coluna  vertebral ereta. Trata-se de Carlos Heitor Cony que, em editorial na Folha de São Paulo de ontem, dizia entre outras coisas, comentando a iniciativa do Governo Federal de objetivar que  o Congresso se submeta, de uma forma que cheira a vassalagem, aos desígnios do Poder Executivo  do Governo Fernando Henrique Cardoso. Diz o nobre cronista da Folha de São Paulo, conhecido como cidadão íntegro, ético e que enfrentou, como eu já disse, os áureos períodos da ditadura: (Lê.)

“Assumindo o governo em 1933, seis anos depois, Hitler administrava  a economia mais poderosa do mundo,  era senhor do maior arsenal militar da história. Tinha poder suficiente para detonar uma guerra mundial.

Apesar de tanto e tamanho sucesso, as consciências mais lúcidas da Alemanha buscavam,  amargamente, o exílio para não serem acusadas de cumplicidade silenciosa com os crimes  que ocorriam nas entranhas do país. Hitler e Goebbels usavam linguagem parecida com a de Fernando Henrique Cardoso quando ele reclama dos pessimistas, dos negativistas e da fracassomania.

Hitler subiu ao poder dentro da Constituição. Não a rasgou de uma só vez. Foi comendo a legalidade pelas beiras, invocando a continuidade de um governo que levantara o padrão da vida do povo.  Criou pretextos democráticos para abolir a democracia. Recebeu a ajuda de Goering, que presidia o Parlamento e fazia o desejo do “führer” virar lei. O Reichstag aprovava tudo o que seu mestre mandava.                                             

Quando aboliu  a rotatividade do poder, rompendo o pacto firmado com a coalizão política que sustentava a primeira fase de seu governo, ele tinha a certeza de que o povo, bichado pela propaganda oficial, o aprovaria nas ruas”.

Nada mais adequado do que nós fazermos essa comparação histórica do "führer", do período nazista, com o que se instala hoje neste país, a forma como o Governo Fernando Henrique Cardoso procura fazer a crítica.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu estou pasmo de ver o senhor querer comparar um regime democrático pelo qual todos nós fomos eleitos com um regime autoritário.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Possivelmente, V. Exª. não tenha escutado a parte inicial de meu pronunciamento. Eu fiz a leitura de um texto de um dos mais consagrados cronistas políticos desse País, Sr. Carlos Heitor Cony. Eu apenas reproduzi, inicialmente, na minha intervenção, a sua manifestação no Jornal “Folha de São Paulo” de ontem, sobre o qual V.Exa, talvez, por falta de tempo e devido aos trabalhos do gabinete, ainda não pôde passar os olhos. Eu reproduzi essa manifestação do cronista, o que quer dizer que a respeito e com ela concordo. O que nós estamos, aqui, dizendo, é que os métodos utilizados pelo Fernando Henrique Cardoso são similares aos utilizados na Alemanha nazista naquele período.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exª. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu diria na primeira etapa "democrática", porque Cony, acentua, nessa sua intervenção, que Hitler chegou ao poder pela via democrática.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Exatamente. Ele diz assim: "Começou a rasgar, não de uma vez só, a Constituição e sim, pelas beiras". Nós já falávamos, anteriormente, de que essa alteração constitucional que está sendo procedida atualmente no Congresso Nacional não é ética, não é moral, não é legal e nem constitucional, porque o período de revisão constitucional se esgotou cinco anos depois  de promulgada a Constituição. Estas mudanças que estão sendo propostas não podem ser feitas através de Emendas. V. Exª. já deve ter estudado, como ingressa como eu nesse Parlamento, que Emenda significa um instrumento legislativo para se mudar apenas pequenos trechos, questões pontuais da Constituição. Por Emenda Constitucional, por Emenda ao Regimento Interno desta Casa, não podemos  mudar esses documentos que erigem  a estrutura jurídica deste País. Quero  dizer que este governo, então, rasga a Constituição , normas pétreas dela, poder que o  Poder Constituinte originário, através da Constituinte de 1988, não delegou a esse Congresso. Esse Congresso não tem esse Poder Constituinte como se arvora em ter. E mais: os métodos utilizados pelo governo Fernando Henrique Cardoso, do "é dando  que se recebe", do não  - saudoso Cardoso Alves, se repete: aqueles que não se submetem aos seus métodos precisam abandonar os cargos, ou  então, se mudarem de posição, recebem Ministérios.

Nós queremos, aqui, parabenizar a iniciativa em nível municipal do Prefeito Raul Pont de convocar todas as forças democráticas e populares para que se inicie um movimento, para que se breque essa marcha neofascista do governo Fernando Henrique Cardoso. Associamo-nos a essa iniciativa. Temos certeza que esta Casa, que ao longo da história recente deste País sempre se posicionou de forma a não fazer a sua coluna vertebral se vergar por força de pressões ilegítimas, também saberá, neste momento importante da nacionalidade, levantar a sua voz e fazer ver que nós, daqui de Porto Alegre, nós do Rio Grande do Sul não concordamos com esses métodos similares aos usados pelo "führer" na Alemanha Nazista. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)<C>

 

 O SR.  PRESIDENTE (Paulo Brum):  O Ver. João Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. O homem deve ter firmeza nas suas convicções e deve acreditar na sua verdade. Não sou o dono da verdade, mas acredito na minha verdade, e não há dúvida nenhuma de que sou um homem de convicções. Meu passado tem demonstrado. Por isso estou comunicando à Casa, especialmente à Mesa, para a qual vou fazer um Requerimento, que vou buscar uma ação na Justiça para que não restem dúvidas de que a minha verdade é verdade, ou não. A minha convicção continuará sendo a mesma. Vou entrar na Justiça. Eu alertava à Mesa que a responsabilizaria  pela posse dos dois Vereadores. Já constituí advogado, e vou pedir à Mesa que facilite, que a Diretoria Legislativa me dê, autenticados, os documentos que vou solicitar, que, aliás, eu já tenho. Foram cópias que a Mesa já me forneceu, mas as quero autenticadas para poder ingressar em juízo. Acho importante estabelecer a verdade e colocar as coisas nos seus devidos limites. Não tenho nada contra ninguém, tenho tudo contra a má-aplicação do Regimento, da Lei Orgânica e da própria lei.

Ouvi, ainda ontem, o Ex-Governador Alceu Collares dizer que a função do legislador é fiscalizar e, eventualmente, fazer leis. Eu acredito na lei. Jurei cumprir a lei e a cumpri reiteradas vezes, quando ocupei Secretarias no Governo Municipal, nas sete vezes  em que fui trazido a esta tribuna. E sou um homem que acredita na palavra. Acho que vale oferecer a vida pela honra, pela própria palavra e pelas próprias convicções. Então, Sr. Presidente, estou pedindo os Requerimentos dos Vereadores João Verle, Henrique Fontana, os Anais da Sessão do dia primeiro, cópia do processo do Ver. Raul Carrion que não pôde assumir na Representativa. Acho  que pouca coisa mais. Nada de excepcional, nada que já não tenha sido fornecido pela Mesa. Vamos estabelecer a verdade. Vamos saber quem tem  razão e não  vamos mais brigar com o Ver. Cyro Martini, com o Ver. Lauro Hagemann, porque a Justiça está acima de nós. Ninguém vai brigar com a Justiça. Se eu tiver razão, direi; "eu tinha razão" - Câmara deve ser preservada -; se não tiver razão, direi: "Ver. Cyro Martini, Ver. Lauro Hagemann eu estava equivocado". É preciso ter convicção, e eu tenho.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho falado muitas vezes com o ilustrado Secretário Municipal dos Transportes. Eu fui Secretário dos Transportes duas vezes e, numa  delas, eu decidi que ninguém  mais estacionaria no Viaduto Loureiro da Silva. Essa minha decisão se tornou realidade porque eu simplesmente peguei  o guincho da Secretaria e fui até o Viaduto Loureiro da Silva. Fui três dias consecutivamente e terminou o estacionamento.  Não pude guinchar ninguém porque não houve estacionamento. Claro que eu avisei que o faria. Agora, a Secretaria Municipal dos Transportes faz algo inédito e talvez isto deva deixá-la pronta para  constar no livro dos recordes, o "Guiness". Não existe no mundo burrice tamanha de fazer um viaduto,  uma ponte, uma  passarela e, sobre ele, estabelecer parada de ônibus. Isto é uma afronta ao povo porto-alegrense, que paga imposto, e caro. O Secretário dos Transportes, teimosamente, deixa aquela parada de lotação, que é de ônibus, lá no viaduto. Viaduto não tem sinalização, mas aquele tem. A placa diz: "Parada proibida", e uma outra, abaixo. diz: "exceto para lotações". Ora, que população vai respeitar a sinalização da Cidade quando o Secretário dos Transportes teima em manter um sinal de trânsito absurdo num viaduto?

Quero registrar que não tenho só falado desta tribuna,  pois  tenho  falado várias vezes em rádios diferentes; já falei na televisão,  já interpelei o Secretário dos Transportes na rádio Guaíba e já falei,  pessoalmente, com ele. Mas a parada de ônibus continua sobre o Viaduto José Loureiro da Silva, construído com o dinheiro do povo porto-alegrense para dar maior fluência ao trânsito.

O Secretário, teimosamente, diz que o binário da Vinte e Quatro de Outubro com a Eudoro Berlink vai dar certo e que vai implantá-lo lá. Diz, ainda, que vendeu ou comprou, - lá sei eu -, por duzentos mil reais, a pavimentação da Eudoro Berlink que o Supermercado Real pagou. Achou que as coisas mudaram na Prefeitura. Antes para se fazer um simples supermercado, não um "shopping center", era difícil passar no Plano Diretor, porque se estudava muito o fato gerador de trânsito. Então, ele vai fazer um binário para atender o "shopping" do Supermercado Real? Será que é para pavimentar a Eudoro Berlink com duzentos mil reais que o supermercado Real deu? Ou será que não poderiam, com os mais de 10 milhões que vão sobrar  - e serão mais que 10 milhões de reais; o balanço deve vir nos próximos meses e vamos ver que sobraram mais do que 10 milhões -, alargar a Goethe?  Precisava acertar um "shopping center" com hotel, gerador  de trânsito na Perimetral? Por que não faz a Perimetral? Por que não alarga a Goethe com recursos próprios dos 10 milhões de reais? Por que não alarga a Félix da Cunha? Por que não faz a Barreto Viana alargada? Será que ele precisava algumas dezenas de milhares de reais da CIACOP para fazer o "shopping" na Olavo Barreto Viana? Mas aqui nós geramos trânsito e parece que a Secretaria Municipal dos Transportes, que já teve uma equipe respeitada no Brasil todo, está andando para trás. E aí as medidas de trânsito não solucionam coisa nenhuma, porque a própria Secretaria desrespeita a sinalização. A autoridade, que deveria exigir o cumprimento, a subordinação à sinalização, desrespeita, sinalizando mal.

A 24 de Outubro com Nova  Iorque poderia ter sido alargada porque havia um passeio com galeria. Mas a douta SMOV, os doutos mestres da Prefeitura, em resposta a três ou quatro Pedidos de Informações, me diziam que estava regular aquela invasão do passeio por uma entidade privada. Em resposta ao último dos Pedidos de Informação eu recebi  a planta. O prédio foi vistoriado no dia 8 de fevereiro de 93. A SMOV licenciou irregularmente, criminosamente, passeios tomados para se fazer lojas, no dia 10 de setembro, depois da vistoria e do processo encerrado. E a primeira coisa que me informavam é que estava amparado na Lei Complementar n.º 138, se não me engano. E eu lembrava aos doutos que a lei tinha tido vigência em 88; 60 dias depois não valia mais nada. Mas assim é a administração da Prefeitura. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Antes de entrar no assunto central  de minha intervenção, que envolve a questão  do Município, a mais importante para tratarmos aqui, quero dizer que foi muito feliz a intervenção  do Ver. Juarez Pinheiro  na abertura dos trabalhos. A observação que gostaríamos de deixar registrada é da Sessão Ordinária de Instalação, nesta Casa, no dia 1º de janeiro, às 14h, quando foi eleita a nova Mesa tendo à frente o Ver. Clovis Ilgenfritz. Naquela oportunidade, o Presidente  recebeu as comunicações de licenciamento de dois Vereadores. - João Verle e Henrique Fontana - que assumiam os cargos da Secretaria Municipal. - DEMHAB - e da Saúde respectivamente. Em Sessão Ordinária e em período normal, deu posse aos Vereadores suplentes Lauro Hagemann e Cyro Martini. O Presidente, quando está  atuando, tem, além de sua bagagem de conhecimento regimental, Ver. João Dib, o amparo, o embasamento e a orientação da Diretoria Legislativa da Casa e da própria Procuradoria da Casa, que estavam assessorando o Presidente naquilo que ele deveria fazer na condução da Sessão Ordinária de Instalação, dando posse a quem de direito, e assim o fez. Eu enfrentei esse problema como Presidente,  porque  eu não dei posse ao suplente quando,  no período de recesso, o Ver. Geraldo Mattos Filho requereu licença para tratamento de interesse particular. Eu ouvi a Procuradoria, e ela me disse que, no período de recesso, eu não poderia dar posse ao Vereador suplente imediatamente. Então, o Ver. Raul Carrion, naquela oportunidade, teve que aguardar. Eu fiz um apelo a ele, de uma certa maneira desgastante,  porque o  Partido Comunista do Brasil queria ver, o mais rapidamente, presente a sua representação política no Parlamento da Cidade de Porto Alegre, e eu tive que enfrentar um problema sério. Mas o Ver. Clovis Ilgenfritz, no exercício da Presidência dos trabalhos da Câmara Municipal, na Sessão Ordinária de Instalação,  deu posse aos Vereadores suplentes. O Ver. João Dib usou os mecanismos legais - acho que poderia ouvir a Comissão de Justiça da Casa -, e é legítimo, inclusive, ele buscar o caminho do Judiciário; é respeitável, é legal. Acho que o Vereador tinha que esgotar os caminhos legais da Casa, mas é legítimo ele ir à Justiça.

 

O Sr. João Dib: V. Exª. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Vereador, eu quero dizer do meu profundo respeito e admiração pela Diretoria Legislativa e pela Procuradoria da Casa. Agora, as minhas convicções me levam a acreditar que eu tenho razão. E se eu tenho razão, eu devo lutar por ela. Não é uma promoção pessoal, não é uma questão de ser contra A ou B; é uma questão  de estar com a verdade, o que eu entendo ser a verdade;  posso estar equivocado.

 Já que a Procuradoria disse que pode, que é igual ao caso do Ver. Giovani Gregol, que está tudo certo; já que a Procuradoria falou, os componentes da Mesa reiteradas vezes  falaram, eu não tenho mais nada a fazer.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu respeito o direito que assiste a V. Exª. de recorrer. Eu acho legítimo. A única visão que tenho é que V. Exª. teria que esgotar as instâncias da Casa. A Comissão de Constituição e Justiça poderia se manifestar, já que V. Exª., inúmeras vezes,  encontrou guarida, do ponto de vista de V. Exª. e até em divergências com a Mesa Diretoria. Eu respeito a posição de V. Exª., apenas manifesto a divergência, e quero dizer que, a meu juízo , a Mesa andou nos estritos caminhos da legalidade regimental, orgânica e constitucional do Estado Brasileiro.

Mas o que me traz neste momento à tribuna, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é uma manifestação: e eu vou fazer uma réplica em relação a um assunto que,  a exemplo da Redenção, é um assunto polêmico - e acho que esta Casa, que tem representatividade, tem que debater: é a questão do aeromóvel. Aqui, eu quero registrar o problema do uso da mídia. Uma matéria publicada no Correio do Povo, apresenta uma manifestação do Prefeito recém-eleito, Raul Pont, em relação ao aeromóvel, dizendo que não pretende investir recursos nele. Este governo da Administração Municipal de Porto Alegre é uma continuidade,  naturalmente,  de  administrações  anteriores. Eu passo a não entender, quando eu leio, na "Zero Hora" de 16.8.93, o seguinte: "Prefeitura retoma Projeto do Aeromóvel".  E ganha grandes espaços na mídia. "Aeromóvel vai sair do lugar". Vejam V.Exas.: 17.8.93, há pouco mais de 3 anos. "O Prefeito Tarso Genro, PT, garante que esse polêmico meio de transporte alternativo começará a funcionar em Porto Alegre no próximo ano na forma de uma linha experimental. Uma possibilidade ainda em discussão prevê a construção  da base de deslocamento do aeromóvel,  desde o trecho já existente na Av. Loureiro da Silva, até a Av. da Azenha."  Que beleza! E por aí vai a notícia. Como é boa a mídia, Ver. Nedel, para prorrogar, de repente, certas notícias que nunca se tornam realidade. Viram quimeras, sonhos. No dia 26 de agosto, o jornal “Zero Hora”, em foto de página inteira, apresenta o Prefeito Tarso Genro sentado ao lado do Sr. Coester, no aeromóvel, junto com Nazareno Afonso, chefe do Ver. Cyro Martini. "Tarso concedeu a Coester concessão para explorar a linha experimental." (Referindo-se à foto.) Aqui está o Ministro Eliseu Resende, militares observam, também o Secretário Artur Zanella. Diz a notícia: "Aeromóvel volta a deslizar em dezembro". Que beleza! "Uma linha experimental, aberta ao público, vai testar o projeto para levá-lo desde a Usina do Gasômetro até a Azenha. O Eng. Oscar Coester tem um livro precioso onde registra todos os detalhes do aeromóvel." Eu quero conhecer esse livro para ver as constantes promessas que ele recebeu do poder público. Nem o Prefeito Tarso Genro esqueceu de fazer uma promessa e de fazer referências à viabilização desse meio de transporte. "Só que nunca conseguiu catalogar o número de autoridades que visitou e passeou no protótipo de trem a ar erguido desde 82 sobre a Av. Loureiro da Silva em Porto Alegre. Otimista incorrigível, ele disse ontem à tarde, ao passear no veículo,  com o Prefeito da Capital Tarso Genro, que pressentia uma viagem diferente."

 Sr. Presidente, inscrevo-me no tempo de  Liderança.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em tempo de Liderança pelo PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Veja só, Ver. Reginaldo Pujol, assinaram um protocolo em 93. A assinatura do protocolo tinha duas leituras para o Prefeito. "Estou cumprindo uma promessa de campanha, pois dizia que o aeromóvel seria testado",  falou Tarso. “A intenção dos administradores, no entanto, é marcar a gestão com plano audacioso; levar o aeromóvel de seu ponto atual na Usina do Gasômetro, passando pelo Centro Administrativo, Praia de Belas Shopping até a confluência da Av. Ipiranga com Azenha. A linha piloto vai transportar turistas e curiosos desde o prédio da Receita Federal, num trecho de 1160m."  Essa notícia era de 26 de agosto. Em 20 de dezembro de 93: "Presente de Natal: "Aeromóvel funciona em caráter experimental". Está aqui. Os porto-alegrenses esperaram 5 anos para ver de perto o que é o aeromóvel, um trem movido a ar. Depois, em 6 de janeiro de 94: "Prefeitura prepara licitação do aeromóvel". Eu acho que até hoje estão preparando, Ver. Guilherme Barbosa, a licitação do aeromóvel.

 

 (Aparte anti-regimental do Ver. Juarez Pinheiro.)

 

O Ver. Juarez Pinheiro é novo na Casa, mas já sabe que,  em período  de Liderança, não cabe aparte. Eu tenho o Regimento. Mas, agora, finalmente chega o Sr. Prefeito Raul Pont e desmancha totalmente os sonhos do ex-prefeito Tarso Genro, descartando o auxílio ao aeromóvel. Ele não quer mais saber. Ora, mas onde está a linha de coerência  de uma ação político-administrativa? Certamente, acredito que serão somente políticas as afinidades que nem são afinidades. Eu pergunto: afinal, aonde iremos com o aeromóvel? Está prometido desde 82. Essa história tem os seus inúmeros capítulos. Na Administração do PT, ela tem idas e vindas. O Prefeito anuncia o funcionamento, em caráter experimental, de uma linha até a Azenha. O Prefeito anuncia uma licitação internacional: preparamos uma licitação. Ele deu uma entrevista coletiva juntamente com o Sr. Oscar. Tudo isso só serviu para encher as páginas dos jornais de notícias, e, até agora, nada se concretizou, nada se realizou. Hoje, eu leio no "Correio do Povo" que o Sr. Oscar Coester tem uma audiência com o novo Prefeito Raul Pont, que já tem posição formada, e que não é a posição do Prefeito Tarso Genro, que prometeu há três anos que iria colocar, em seis meses, em  funcionamento  a linha experimental. Não existe linha experimental, não existiu licitação e esse protótipo continua da Usina do Gasômetro até a Receita Federal, servindo mais como passeio das crianças nos períodos em que ele funciona experimentalmente. O que eu pretendo agora  é formalizar, junto à Presidência desta Casa, a constituição, o mais rapidamente possível - certamente deverá ser em fevereiro - de um estudo para esgotar a questão do aeromóvel. Porque se é apenas, eu não diria um brinquedo, porque seria um desrespeito ao engenheiro Oscar Coester, mas acho que se é apenas uma linha nessas dimensões, e ele tem estrutura modular, que se coloque em um parque da Cidade. Mas vamos definir se ele efetivamente serve como transporte alternativo ou não. E o PT, que sempre afirma e reafirma que é avesso às medidas populistas e demagógicas e que não cria falsas expectativas, tem que explicar qual é a sua posição, aqui, e na Comissão Especial, que pretendo requerer, para que se defina.

 Neste momento, a Câmara Municipal é quem tem o papel mais importante a desempenhar. A Câmara Municipal de Porto Alegre tem que ouvir o Prefeito Pont, talvez o Secretário Bertotto, o Sr. Oscar Coester, saber o que foi feito e o que não foi feito nesses 15 anos de aniversário desse transporte experimental que continua a mesma coisa, não mudou em nada. O primeiro investimento feito foi aquele junto com o Sr. Oscar Coester pela IBTU. Desde então, só palavras, conversas e promessas, mas com anúncios de funcionamento.

 Lembro de um jornal de São Paulo que dizia que o aeromóvel já funcionava em Porto Alegre como transporte de passageiros. Infelizmente, era uma notícia falsa, propaganda, talvez, por algum  falso "Goering" que anda transitando por algum corredor de repartição pública. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O  Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  a notícia do jornal, lida pelo Ver. Isaac Ainhorn, parece-me que não lida foi parte da notícia que referia  que esta linha que o Prefeito Tarso Genro gostaria de colocar em funcionamento teria recursos da iniciativa privada, porque ela seria uma linha com características turísticas e comerciais. Sairia do ponto onde está e iria até a Azenha, passando pelo Shopping. Isto já estava  dito  desde o início. Acontece que a iniciativa privada não teve interesse em levar adiante. Eu não sou especialista em transporte, mas já ouvi especialistas em transporte e especialistas em energia, em balanço de energia do consumo do transporte. O aeromóvel jamais será um meio de transporte de massas. Não é à-toa que ele não funciona em lugar nenhum. A menos em  Jacarta, onde está , exatamente num Parque.  É uma linha quase de brinquedo, como eu disse a V. Exª. Mas, transporte  de massa, jamais será. Portanto, o Prefeito  Raul Pont está com toda a razão. Se houver possibilidade de recursos da iniciativa privada para desenvolver o aeromóvel, ótimo, mas não deve haver jamais recursos públicos.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exª.  permite um aparte?(Assentimento do orador.) Eu gostaria que V. Exª. nos informasse sobre a licitação internacional que o Prefeito Tarso Genro  prometeu à Cidade de Porto Alegre. Ele disse mais: que, nesta licitação, não seria a iniciativa privada que teria que buscar os recursos. Ele disse que a Prefeitura, através da licitação, iria buscar os recursos. O custo de implantação gira em torno de 22 milhões de dólares, um custo que a Prefeitura imagina buscar na iniciativa privada. A construção e exploração do sistema ficarão a cargo de empresas permissionárias. Agora, diz, entre aspas, o Prefeito Tarso Genro: "Estamos conjugando arrogância e prudência".

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Se o Prefeito disse que iria buscar os recursos na iniciativa privada, a leitura é esta e foi colocado isso.

 

O  Sr.  Juarez Pinheiro: V. Exª. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria informar ao Ver. Isaac Ainhorn que, em qualquer ajuste que a administração pública venha a fazer com recursos do Município ou da iniciativa privada, há necessidade de licitação. O fato de abrir a licitação, como V. Exª. informou, não quer dizer que os recursos serão oriundos do Poder Público Municipal. Qualquer ajuste da administração pública carece, de acordo com a Lei 8666, de licitação.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA:  Não existe nenhuma possibilidade real, pois, isso sim, seria enganar a opinião pública, Ver. Isaac. Quero ainda, na área do transporte, registrar um aspecto de avanço na nossa Cidade. Não vi um debate sobre isso. No ano de 1976,  passei os meses de janeiro e fevereiro na Cidade do Rio de Janeiro, sem nunca lá ter ido. Recordo que circulava com uma tremenda facilidade, porque a cidade era absolutamente sinalizada. Se nós soubéssemos o local, o bairro onde queríamos ir e por onde iríamos passar, chegávamos com uma extrema facilidade, como se fosse numa cidade do interior. Aquilo me chamou a atenção. Logo em seguida, em março de 1976, me desloquei à Porto Alegre, vindo aqui morar. O choque foi tremendo, porque Porto Alegre não tinha, como até há pouco tempo, qualquer sinalização, ou o tinha restritamente. Neste momento, a Secretaria Municipal de Transportes está finalizando uma ampla sinalização na Cidade, isso é que eu quero registrar. Quero parabenizar o trabalho do Prefeito Tarso Genro e do Secretário Municipal de Transportes,  porque a  sinalização está de qualidade ampla, facilitando muito, não só a vida do morador de Porto Alegre, mas, principalmente, dos visitantes e turistas que aqui vêm. Portanto, quero registrar esse fato importante da nossa Cidade. Quero ainda abordar um outro assunto que tem sido motivo de minhas preocupações. Sou muito preocupado com as questões de segurança do trabalho, da residência, do trânsito e,  por último, tenho-me dedicado à questão da segurança contra o fogo. Senhores Vereadores, consultando os últimos orçamentos estaduais para o Corpo de Bombeiros,  nós detectamos o seguinte: em 1995, portanto, o orçamento deixado pelo governo Collares ao Governo Britto, duas rubricas havia, para o Corpo de Bombeiros para reaparelhamento, com a irrisória quantia  de 220 mil reais e para manutenção, de 15 milhões e 516 mil reais. Pois bem,  dá um total de l5 milhões e setecentos e trinta e seis mil reais para os bombeiros em 1995. Dos 220 mil de dotação orçamentárias para reaparelhamento, o  Governador Britto, em 1995, gastou 21 centavos: 220 mil,  gastou 2l centavos. Não  sei  o que compraram. Está lá registrado. Em 1996,  o Governador Britto realmente ampliou a verba  para os bombeiro. Ampliou muito no reaparelhamento. Para reaparelhamento houve uma dotação orçamentária de 1 milhão e trezentos e setenta e oito mil reais. Subiu muito.  Para manutenção, 15 milhões e 487 mil. Totalizando 17 milhões e 815 mil reais. Portanto, o Governador Britto passou, de 15.736, para 17.815, aumentando, portanto, 13 milhões e cem mil para o Corpo de Bombeiros. Chegou a gastar mais. Surpreendentemente, para 1997, ao mesmo tempo em que aumentava a verba para  reaparelhamento para dois milhões e meio - acréscimo significativo - baixava a verba total. A verba total dos bombeiros que, no ano passado, foi de 17 milhões 815 mil,  baixou para 15 milhões 459 mil reais, voltando ao mesmo valor de 1995. Quer dizer que, quando precisamos aumentar muito mais esse recurso, 17 milhões para todo o Estado do Rio Grande do Sul é um valor irrisório. Veja hoje no “Correio do Povo” a notícia do incêndio de ontem em uma área da HABITASUL de reflorestamento, em Cidreira, em que os bombeiros se queixavam de que não tinham máscaras, equipamento de proteção individual, sem falar em mangueiras e caminhões. Surpreendentemente o Governador Britto reduz o recurso para o bombeiro, enquanto teria  que ampliar muito mais do que isso.

 

O Sr. Fernando Záchia: V. Exª. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Na semana passada, V. Exª. já tocava nesse assunto, e fiz um esclarecimento, mas V. Exª. não estava no Plenário. A grande reivindicação  do Corpo de Bombeiros não é o aumento do efetivo, mas a qualificação e investimentos em equipamentos. Quando há uma diminuição de dezessete para quinze milhões, ocorre redução da máquina pública e, também, o PDV atingiu o Corpo de Bombeiros; segundo, em novembro de 96, o Estado fez uma licitação, quando investiu dois milhões em equipamentos a partir de março. Quando V. Exª. falava dos 0,27 centavos, isso é arranjo de balanço. Naquele período, nós não gastamos,  porque  havia uma verba comprometida vinda do Governo Collares.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Havia uma dotação orçamentária de duzentos e vinte mil e não gastaram nada. Evidentemente, aumentou a crise dos bombeiros que, hoje,  é uma coisa que deve ter mais atenção do Governo Estadual,  porque não deve reduzir verba como está fazendo agora. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Gerson de Almeida.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho que não há assunto, hoje, mais importante a ser referido em uma Casa  política como esta do que a verdadeira orgia que o Governo Fernando Henrique Cardoso, seu partido e aliados fazem para assegurar os votos necessários para a reeleição, a sua própria reeleição; cargos públicos, empresas públicas, favores, verbas e todas as demais práticas que foram execradas pela população por várias vezes em lutas políticas e sociais e que,  inclusive, o atual Presidente Fernando Henrique Cardoso auxiliou, em alguns momentos, a engrossar. Hoje, os jornais anunciam, sem nenhum pudor, que o que está acontecendo, segundo palavras do Presidente, não-contestadas, é uma coisa normal. Passou a ser normal traficar influências por interesses políticos específicos, como este. Então me parece que a Nação assiste estarrecida ao que está acontecendo. Esta Câmara de Vereadores já se manifestou em relação a isso,  e deve-se manifestar novamente com uma Moção de Repúdio que o Ver. Adeli Sell está tomando a iniciativa de fazer,  recolhendo  assinaturas. Enfim, temos, mais uma vez, que afirmar posição da Câmara de Vereadores da Cidade de Porto Alegre contra essa verdadeira orgia, e contra essas práticas que gostaríamos de ver já superadas por uma outra prática política. O PMDB, numa notícia até surpreendente, decidiu, na sua Convenção Nacional, não apoiar a Emenda da reeleição, neste momento, e votar apenas depois da votação da Presidência da Câmara e do  Senado, ou seja, numa outra medida importante, é verdade, mas em uma outra forma, a meu juízo, para, quem sabe, não se posicionar, claramente, em relação ao assunto, mas dizer, de acordo com seus interesses, se  forem atendidos ou não, votar com uma ou outra posição, numa prática que me parece bastante questionável,  apesar de haver setores significativos e importantes os quais já colocaram, claramente, uma posição contrária à reeleição, o que deve ser saudável.

Então, eu queria fazer este registro na medida em que é um absurdo que pessoas como o presidente, partidos políticos formados, exatamente, para buscar novas práticas políticas, como dizia o manifesto do lançamento do PSDS há anos, tenham sucumbido de quatro, tenham caído de joelhos às mais nefastas práticas políticas da República, igualando-se e disputando  com o PFL e com outros partidos tradicionais, nessas práticas em nível federal, quem é mais eficiente mesmo. O PFL, que é conhecido como partido que usa dessas práticas, e o ACM, Antonio Carlos Magalhães, que é, certamente um dos próceres, neste tipo de procedimento.

Quero tratar também de um outro assunto nacional, que hoje pega a imprensa local: são encontradas grandes jazidas de minério pela Vale do Rio Doce. Isto fez com que, na bolsa,  as ações da Vale aumentassem muito nestes últimos dias. É  uma nova jazida, que demonstra a importância mineral, a importância estratégica que tem esta empresa que foi criada em 1952, exatamente com o objetivo de abastecer de minério de ferro os aliados da Segunda Guerra Mundial, segundo dados do Vereador José Eduardo Dutra, do Partido dos Trabalhadores, que tem sido combatente importante na luta contra a privatização da Vale. Só para termos uma idéia da importância desta Empresa, vou ler o seguinte: "Na área de liberação este conglomerado se dedica à exploração de minério de ferro, manganês, ouro, bauxita e caulim. É a maior empresa internacional. Também é o maior produtor de ouro da América Latina”.

Esta empresa está prestes a ser privatizada a um preço que não paga o seu patrimônio e muito menos as inúmeras jazidas que os técnicos da Vale do Rio Doce já identificaram e o Governo já tem conhecimento, mas não foram divulgadas. Possivelmente, elas serão divulgadas, Vereador Juarez Pinheiro, após feita a privatização. Este é mais um presente que este Governo está dando ao capital internacional. Ele está extraindo uma empresa fundamental para o nosso desenvolvimento econômico. Mais uma medida que demonstra uma prática e uma forma de tratar a questão pública: uma subordinação radical e completa em prol dos grandes interesses dos oligopólios internacionais.

Gostaria de registrar, em relação ao pronunciamento do Vereador Isaac Ainhorn, que todas aquelas medidas anunciadas pelo ex-prefeito Tarso Genro, que ele leu, estavam subordinadas à iniciativa e interesse de setores privados. O Coester, o aeromóvel está-se tornando inviável e a iniciativa privada não tem interesse em investir nesse projeto. Por isso, o Prefeito, apesar de toda a sua boa vontade, ficou sem parceiros para viabilizar o projeto.

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 O  Sr. Isaac Ainhorn: Fez licitação?

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Vereador, eu acredito que sim, que houve licitação, mas vou me informar, pois - e não estou enganado - não houve interessados.

Por último, quero voltar a um assunto  que tem sido debatido na Cidade, que é a questão da cerca na Parque da Redenção.  Tem havido algumas iniciativas, como a do Ver. Garcia e a do Ver. Isaac Ainhorn, que estiveram, com um grupo de Vereadores, visitando o Parque da Redenção. No domingo, fiz um abaixo-assinado que já  recebeu algumas centenas de assinaturas e, na próxima sexta-feira, ao meio-dia, estaremos na Esquina Democrática buscando assinaturas da população contra o cercamento do Parque Farroupilha. Cada vez fica mais evidente que a população é contrária a essa agressão à história, à cultura, à tradição e à vocação daquele lugar. O parque foi concebido para estar harmoniosamente vinculado com a Cidade, seus passeios, seus caminhos. Devemos mobilizar o poder público, que já tem investido fortemente nisso nos últimos anos, e a sociedade, para que nós, nessa comunhão, possamos melhorar e qualificar ainda mais os cuidados da população. Cerca de 40 mil porto-alegrenses ocupam, no verão, o Parque  Farroupilha nos finais de semana. Vejam que a população é muito cuidadosa e tem um grande carinho pelo parque, porque, se cada um fizesse uma pequena agressão ao parque, imaginemos como ficaria o local na segunda-feira. E isso não acontece. É uma meia dúzia de vândalos que não pode aprisionar os outros 39.990 freqüentadores do parque. Quero chamar a atenção da Câmara de Vereadores para essa vontade majoritária da população contra o cercamento do parque. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Colocamos em votação as Atas, não votadas no início da Reunião devido à inexistência de quórum deliberativo.

(Obs.: Foram aprovadas a Ata da Reunião de Instalação da 1ª Comissão Representativa e as Atas da 1ª e da 2ª Reunião Ordinária, conforme consta da Ata.)

O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ouvi atentamente o Ver. Gerson quando referia-se ao Parque da Redenção. De fato, estivemos lá, juntamente com os Vereadores Isaac, Nereu, Garcia, e ali foram constatados alguns desgastes que até pelo tempo e uso são normais. O que me chamou a atenção, e fez com que refletíssemos um pouco mais, foi quando, acompanhado pelo Secretário da SMAM,  Dr. Caron, e da sua Diretora, ela nos informava que a verba orçamentária para a conservação de parques, praças e jardins em Porto Alegre é de R$ 250 mil. Ora, o Parque Farroupilha possui monumentos de cerca de 50 anos. Então, ele tem um desgaste natural com o tempo,  requer uma restauração e, conseqüentemente,  exige um valor,  um orçamento e uma condição financeira para que se possam fazer essa restauração e que se possam, fazer os reparos necessários aos outros parques, praças e jardins de Porto Alegre. Com  isso nos orgulhamos,  pois temos uma cidade que possui um dos melhores índices de aproveitamento de área verde por habitante. Se temos uma quantidade boa de parques e praças, evidentemente que esta Câmara deve ter esta responsabilidade. Não podemos somente dizer que o Executivo mandou um orçamento com valores muito baixos e que ficamos preocupados em emendar o orçamento, fazendo com que se tirem valores da publicidade e se coloquem em outras áreas. Também temos que ter esta preocupação. Acho que esta Comissão teve um aspecto positivo, porque, no próximo orçamento, eu terei uma preocupação maior. Não podemos exigir, Ver. Garcia, que se tenha uma conservação a contento de todos esses parques, se não  tivermos uma dotação orçamentária.

 Ver. Clovis, peço a atenção de V. Exª., até porque tenho, desde o primeiro pronunciamento feito nesta Legislatura, dito que o PMDB apoiaria sempre as decisões e as posições da Mesa Diretora da Casa e que ela não visse no PMDB nenhuma bancada de oposição à Mesa Diretora. O PMDB vai ser sempre oposição ao governo municipal quando nós entendermos que as coisas não são benéficas a Porto Alegre, mas separamos muito claramente a Mesa Diretora da Casa. O que me leva a fazer uma avaliação um  pouco maior é que nós aprovamos, na Legislatura passada, no ano passado, um Projeto de Resolução da Mesa, aprovado pelo Plenário da Casa, para a criação dos cargos de assessoramento técnico ao Plano Diretor. Isto foi extremamente discutido,  mas houve um convencimento de todos os Vereadores sobre a urgência, a necessidade desse assessoramento técnico para que tivéssemos condições melhores de discussão e votação desse polêmico projeto. Foi feita, pela Mesa passada - da qual eu era o 1º Secretário - uma prorrogação para o ano de 97, porque até aquele momento não tinha sido votado o Plano Diretor. Acontece que terminou um período legislativo - não o ano legislativo - e se iniciou outro mandato. O Ver. Clovis,  que preside esta Casa - por sua inteligência natural, até por sua experiência com as coisas legislativas da Câmara -,  sabe que, quando termina o período legislativo, todos aqueles projetos não ficam, simplesmente, arquivados; eles necessitam, principalmente os projetos do Executivo, ter a iniciativa do Poder  Executivo para que esse Projeto comece, novamente, toda a sua tramitação inicial. Ele vai ter que passar pela Procuradoria,  pelas Sessões normais e pelas Comissões. Isto não foi feito, até porque há uma dúvida que eu tenho: eu não tenho certeza se o Executivo Municipal, Ver. Antonio Hohlfeldt, quer ou não quer a votação e discussão do Plano Diretor, até porque o Secretário Burmeister nunca se manifestou. Isso faz com que eu pense que, talvez, o Executivo possa não  ter o interesse da discussão, da votação no ano de 1997. Não é essa a minha preocupação! A minha preocupação é que esta Mesa não cometa um erro, porque existe uma Comissão que está trabalhando, os assessores estão trabalhando, só que eles estão de uma maneira irregular, porque o Projeto de Resolução diz: "quando estiver tramitando na Casa o Projeto". E não está. Não nos foi dado o sinal pelo Executivo Municipal para que ele começasse a sua tramitação, e ele não está arquivado. O Projeto inexiste na Câmara de Vereadores. Agora, existe uma Comissão de 17, 16, 19 assessores técnicos recebendo valores da Câmara Municipal e fazendo jus, porque eles estão trabalhando, mas de uma maneira irregular. Então, é uma contribuição que faço. Acho que temos que sentar e achar uma saída, porque esses profissionais estão trabalhando, mas não estão amparados no Projeto de Resolução feito pela Mesa Diretora passada e aprovado por esta Câmara Municipal. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero esclarecer que o Projeto, realmente, está arquivado conforme o art. 108 do nosso  Regimento, parágrafo único, que poderá  ser desarquivado ou não por solicitação do Executivo. Agora, vamos verificar o conteúdo global da resolução referida pelo Ver. Záchia e quero aproveitar para agradecer a ele por essa contribuição, porque se existir alguma questão que não esteja com cobertura legal vamos ter que tomar uma resolução mais abrangente.

 

O Sr. Isaac Ainhorn (Esclarecimento): Dentro dessa linha  de raciocínio de V.Exa, eu acho que a questão suscitada pelo Ver. Záchia estabelece uma dúvida razoável em relação a esse assunto. V. Exª., como Presidente do Poder Legislativo Municipal, pode estabelecer contato com o Chefe do Poder Executivo Municipal para saber se haverá a retomada desse projeto ou não. Eu gostaria de saber V. Exª. tem mais propriedade, pode responder, até porque o recesso estará terminando no dia 14 de fevereiro; mais precisamente no dia 16 abrem-se os trabalhos da Casa: não entrou nenhum requerimento de retomada de tramitação de qualquer projeto, não é, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE: Até o momento não temos conhecimento.

 

O Sr. Isaac  Ainhorn: Há vários projetos do Executivo que foram arquivados por força do art. 108 do Regimento, porque era final de Legislatura. Então, eles têm que pedir a retomada da tramitação. É importante saber - deixo aqui essa reflexão - que, se o Prefeito anunciar que vai retomar a tramitação do Projeto do Plano Diretor, temos uma sinalização para continuar plenamente. Se não houver essa retomada, nós não podemos ficar indeterminadamente aguardando uma definição  sobre esse assunto.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu vou sugerir esse assunto para a pauta da reunião de Mesa hoje, às 14h30min, e queria, de antemão, dizer que entendo que à Câmara compete discutir um processo como este no momento em que ela entender necessário. Não vejo que haja uma vinculação a uma tramitação ou não do processo, e a Câmara está-se preparando para esta discussão. Mas, de qualquer forma, vai valer a opinião da Mesa, e, em último caso, deste Plenário.

O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELISEU SABINO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quero me reportar, hoje, a uma nota que foi publicada no "Correio do Povo" no dia 12.01.97, página 11, que se refere à adoção de um lugar para realização de oferendas e despachos em Porto Alegre. A reportagem é denominada de "despachódromo". Este Vereador se manifesta contrário ao parecer do Conselheiro-geral das entidades, Sr. Adalberto Nogueira, que em sua nota prefere continuar sujando nossa bela cidade com oferendas, feitiços e despachos em quase todas as encruzilhadas, com ingredientes que poluem o meio ambiente,  trazendo mau cheiro através da sujeira, lixos colocados nas esquinas durante a semana inteira, que se intensifica, especialmente, nos finais de semana. Isso ainda coloca em risco vidas humanas,  porque, às vezes, esses trabalhos são  realizados na madrugada e, conseqüentemente, quem está ali são pessoas que estão incorporadas. Este Vereador tem, por muitas vezes, acompanhado esses episódios: pessoas que não tem a percepção de perigo iminente, carros que, às vezes, em alta velocidade, se aproximam provocando até acidentes, muitos deles, fatais. Isso sem mencionar a sujeira que é a orla do nosso Guaíba que, ao amanhecer de sábado e domingo, encontra-se cheio de garrafas de cachaça, charutos, milho, pipoca, pirão de farinha, papéis e a podridão de aves, como galos, galinhas e outros. Por outro lado, o argumento do Sr. Adalberto Nogueira não nos sensibiliza no que diz respeito aos rituais: que em um "despachódromo" não há condições de reunir os 4 elementos da natureza, conforme ele refere: água, ar, fogo, terra, que são necessários para a realização dos trabalhos, a colocação dos despachos. Se esse é o argumento, particularmente sou contrário veementemente a ele, pois entendo que a nossa Administração Municipal poderá, a exemplo dos trabalhos realizados por essas entidades espiritualistas nas encruzilhadas de nossa  cidade, conseguir um local adequado com os 4 elementos necessários para o que estamos chamando de "despachódromo". No entanto, Sr. Presidente, considero uma aberração a sugestão do Sr. Presidente das Entidades, o Sr. Nogueira, no que diz respeito a uma medida que poderá minimizar o problema da poluição, fazendo com que a Prefeitura mantenha funcionários limpando permanente e diariamente os locais de rituais. Imaginem o contigente de funcionários para atender essa demanda, pois a cidade, em quase todas as suas encruzilhadas, está tomada por esse tipo de trabalho. Não podemos entender como as pessoas desejam monopolizar até um serviço público que é em benefício não apenas de um determinado grupo religioso, mas, sim, de toda a comunidade. A nossa manifestação não é de repúdio ou de contrariedade ao desenvolvimento de qualquer  ato religioso em nossa cidade, até porque a nossa Constituição Federal nos dá a liberdade de culto e podemos praticar a religião que queremos. Eu tenho aqui uma colocação e uma manifestação de apoio ao "despachódromo", um lugar específico onde esta determinada religião ou seguidores de determinada  seita possam lá, sem poluir a nossa Cidade,  realizar  o seu trabalho  religioso. Manifesto esse assunto, hoje, nesta Casa, trazendo também a  nossa palavra de congratulação a quem teve a brilhante idéia que, certamente, deve ter partido de pessoas que entendem da área, no nosso Município.

Por outro lado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, também quero manifestar a minha satisfação ao Sr. Secretário-Geral do Município, Sr José Fortunati - não sei se é dele a idéia, mas certamente da Administração Popular , por ter tomado essa iniciativa, quando pude ler  no jornal desta semana, na "Zero Hora" de ontem, que, amanhã, o nosso vice-Prefeito estará com uma comissão de técnicos estudando um local para a construção de uma pista de eventos. Isso me trouxe uma grande satisfação,  porque na minha atividade religiosa eu tenho sido, por muitos anos, coordenador de eventos municipais, estaduais e interestaduais, eventos que,  muitas vezes,  reúnem  milhares de pessoas, 40, 50 mil pessoas, e somos  tolhidos em nossa Cidade, quando gostaríamos de ter um espaço.  Somos forçados a alugar lugares caros e difíceis para  realizar os movimentos. A pista de eventos, creio,  é  uma lacuna que será preenchida. Nossa Cidade necessita de uma pista de eventos religiosos, esportivos ou qualquer outro, mas que seja de livre acesso para todos. A nossa satisfação é podermos contribuir para que cheguemos com a maior urgência nessa pista de eventos.

Para encerrar,  manifesto a minha palavra de apoio ao que foi comentado hoje, em nosso Plenário, em relação ao cercamento do Parque Farroupilha. Fico com a opinião pública. Acho que aquele parque não deve ser cercado. Devemos, sim,  trabalhar no sentido de melhorá-lo e fazer com que tenhamos um parque aberto, livre e de boas condições para a nossa população de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queríamos apregoar o recebimento do Requerimento do Ver. João Dib solicitando cópias autenticadas de diversos documentos,  o que já foi apregoado  e encaminhado, por mim, à Diretoria Legislativa da Casa. Peço ao Vice-Presidente que assuma a Mesa, para que eu possa falar na seqüência.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Sr. Clovis Ilgenfritz está com a palavra em período de Comunicação.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Vários assuntos teríamos que tocar aqui, neste momento. Em princípio, quero agradecer os esclarecimentos trazidos aqui pelo ex-Presidente da Casa, Ver. Isaac Ainhorn, que com muita propriedade repetiu  o  que este Vereador, na condição de Presidente desde o dia 1º de janeiro,  tem dito com relação à polêmica estabelecida legitimamente pelo Ver. João Dib a respeito da posse dos Vereadores Lauro Hagemann e Cyro Martini. Quero dizer, mais uma vez, ao Excelentíssimo Ver. João Dib, concordando exatamente  com aquilo que foi dito pelo Ver. Isaac Ainhorn, que não temo nenhum pouco que o processo tenha seguimento, até porque todas as razões, as competências regimentais, estatutárias e da Lei Orgânica foram  absolutamente cumpridas. Mas, se o Ver. João Dib não está satisfeito, cabe a ele nos ajudar a esclarecer isso definitivamente. Nós achamos, também, que poderá ser feita uma consulta à Comissão de Justiça da Casa,  uma vez que um processo, para sair desta Casa e  ir  à  Justiça, raramente aconteceria se o fato  não tiver a opinião da própria Comissão de Justiça da Casa. Mas isso não compete a este Vereador, propriamente, embora possa assumir esta providência, mas, quem sabe, os próprios Vereadores da Casa, se assim entenderem. Então, é um assunto que nós consideramos que não vai mudar a tramitação normal do processamento que nós estamos fazendo até o momento.

Nós teríamos alguns assuntos a tratar que, inclusive, poderão ser motivo de uma audiência,  já proposta pelo Secretário de Governo do Município e vice-Prefeito José Fortunati. São assuntos de interesse, que foram até colocados aqui pelo Ver. Eliseu Sabino; entre eles, esta questão do Parque de Eventos. Temos, também, a questão dos terrenos, que foi colocada por ele de uma forma a esclarecer problemas com relação às áreas ocupadas pelo Grêmio,  pelo Internacional. Um desses Projetos envolve diretamente este Vereador e outros Vereadores da Legislatura passada, quando nós  aprovamos uma lei que propôs um acerto entre a Prefeitura e o Internacional no sentido de compensar a área que eles ocuparam a mais junto  ao Estádio Beira-Rio com uma permuta pelo Estádio atual, chamado historicamente Estádio dos Eucaliptos. Esse processo foi aprovado aqui e vetado. Derrubado, o Veto  foi à Justiça. A Justiça o considerou inconstitucional, mas, o processo, em si, fornece as bases para um entendimento futuro. Também há um assunto que é de interesse do Município: o Secretário do Governo disse que viria conversar, preliminarmente, com o Presidente da Casa e já está preparada pelo Prefeito Raul Pont uma proposta de visita à Casa, a todos os Vereadores, às Bancadas no término do recesso parlamentar, o que é muito salutar para o Poder Legislativo. Como o Secretário de Governo é quem faz a relação do dia-a-dia, já temos muitas questões que estão tramitando e dependem de conversações com o Secretário de Governo. Ele virá aqui em caráter de visita ao  Presidente, e vamos levar a termo vários assuntos.

A outra questão é que tivemos, no dia 13 próximo passado, um ato público, um manifesto contra a reeleição. A convite do Prefeito Raul Pont, lá comparecemos e tivemos oportunidade de assistir a esse ato, juntamente com inúmeros Prefeitos, diferente do que está dito no jornal “Zero Hora”. Havia oito Prefeitos dos altamente representativos de mais de 70 que já haviam assinado em menos de 24 horas o documento, que hoje ultrapassa a 200 Prefeitos. As notícias devem repor a verdade. Por outro lado, assumi, naquele ato, a postura de dizer o que acontece nesta Casa, o que aconteceu nesta Casa em 1996, e não me senti autorizado a falar sobre o que poderá acontecer em 1997 com relação à existência,  ou não, de maioria para aprovar,  por exemplo, uma Moção de Repúdio à atual situação que se criou no País em busca de um processo de reeleição do atual Presidente. Tomei a liberdade - e acho que estava dentro dos limites da minha ação - de dar conhecimento público da Moção que foi aprovada no dia 27 de novembro de 1996, assinada por 20 Vereadores desta Casa, e que foi enviada para o Senhor Presidente da República, o qual,  por telegrama,  respondeu, dando conhecimento da questão. Esta situação que se cria, e que, acho, a Câmara Municipal, queiramos como Presidente,  ou não,  estará  sempre envolvida porque há um processo maior que envolve o problema da democracia no País de conceitos,  princípios , propostas sobre a política, a ética, sobre todos os procedimentos que precisamos adotar para o aperfeiçoamento do processo democrático e do respeito à cidadania em nosso País. Nesse sentido esta Presidência vai cumprir aquilo que a maioria do Plenário determinar, e pessoalmente deixa esclarecido que, sempre no direito de colocar sua posição contrária à posição defendida pelo Governo do Excelentíssimo Presidente das República,  Fernando  Henrique  Cardoso, é contrária a que  a reeleição seja estabelecida para o próprio Presidente, assim como,  também, sou  contrário a qualquer tipo de reeleição, mesmo fora da área política. Inclusive na área sindical, onde sabemos que as reeleições transformam os sindicatos em verdadeiros aparelhos de determinados setores. A reeleição se faz com as propostas dos partidos, e não a reeleição das pessoas. Se forem realmente competentes e tiverem o apoio popular,  falhando  um mandato, virão trazidos novamente pelo povo para aí serem eleitos novamente e não reeleitos em uma seqüência, como está sendo proposta. Acho que uma das questões mais sérias que enfrentamos é a mudança das regras do jogo durante o jogo, e isso não é aceitável. Apoiamos a manifestação dos Prefeitos e estamos sugerindo que os Srs. Vereadores de todo o Estado façam o mesmo tipo de manifestação, pró ou contra, mas que se manifestem enviando ao Congresso Nacional, ao Presidente da República as suas posições referentes a este processo que está sendo votado hoje, em primeiro momento, na Comissão Especial que a Câmara elegeu.

Hoje temos reunião da Mesa e estamos tratando, com a maior celeridade e com muito apoio dos cinco Vereadores que juntos com este Presidente compõem os trabalhos da Mesa, de todos aqueles aspectos administrativos iniciais que são inerentes ao processo de transição como estamos vivendo, e eu tenho contado com todo o apoio e tenho certeza  que vamos dar conta do recado, no sentido de, cada vez mais, melhorarmos as condições de trabalho e eficiência desta Casa,  e,  por isso  mesmo,  hoje,  estaremos mais uma vez reunidos; e as reuniões, só para ficar claro, são abertas a qualquer Vereador que queira participar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia,  pelo Partido Socialista Brasileiro, está com a palavra no período de Comunicações.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Voltamos a esta tribuna para falar,  novamente,  sobre um assunto bastante discutido e debatido pela nossa população durante esta semana: o cercamento da Redenção.  Tivemos o cuidado, desde quinta-feira passada, de ouvir os diversos segmentos da população, e, partindo do pressuposto  de que a população deve ser soberana, tivemos ainda o cuidado de consultar a população em dois segmentos, dois locais diferentes: primeiro, na Esquina Democrática, partindo do pressuposto que a Esquina Democrática seja um lugar onde transitem pessoas de toda a Porto Alegre; e no domingo, na Redenção, consultamos mais pessoas, partindo do pressuposto de que ali freqüentem usuários sistemáticos  ou eventuais. Fomos  ainda buscar, em consulta ao livro do Walter Spalding, um pouco da história  da  Redenção, e tivemos ainda o cuidado  de, ontem, reunir técnicos e pessoas ligadas à Redenção para que nos dessem  novos  subsídios. E hoje não temos mais nenhuma dúvida em dar este parecer contrário. Hoje, nós achamos de  maneira convicta, e solicitamos aos demais Vereadores que ainda  não  têm uma posição firmada que se esclareçam sobre o assunto e tomem uma posição,  porque somos totalmente contrários ao cercamento do Parque Farroupilha.  Vou me permitir ler, rapidamente, esta  pequena história de Porto Alegre do Walter Spalding, onde ele diz: "Sempre existiu em Porto Alegre o grande espaço verde que o governador Paulo José da Silva Gama doou  à municipalidade para nele ser  estabelecido  o chamado Pouso das Carretas, que vinham do interior. Do então Campo da Várzea,  uma  área superior a trinta hectares, uma parte poderia ser utilizada para a educação, mas três quartos, pelo menos, deviam ser mantidos área municipal para logradouro público. É esta Várzea, portanto, o mais antigo espaço verde de Porto Alegre e também chamado pulmão da Cidade, que oxigena  a capital dando um colorido histórico às lutas sociais. O Parque da Redenção abrigou escravos  libertos que foram jogados à margem da sociedade sem condições de se incorporar ao mercado de trabalho. Na época Grupos humanos marginalizados também escreveram a sua história na Redenção, como grupo cigano. Trabalhadores oriundos do campo tinham como referência a Várzea da Redenção. De 1934 a 1935 esta área sofre grandes reformas, como terraplanagem, plantio de outras espécies de árvores nativas, canteiros, gramados. Terminado este trabalho, foi inaugurada esta ex-Várzea, transformada no belo Parque Farroupilha em homenagem aos bravos guerreiros farroupilhas que deram a vida aos ideais republicanos".

A nossa consulta, ouvindo a população de Porto Alegre, nos permitiu que nos dias 9 e 10, na Esquina Democrática,  fossem consultadas 747 pessoas. Deste total 450 foram contrárias  ao  cercamento do  Parque Farroupilha, dando um percentual de 60,24%. E  297 pessoas foram a favor, dando um percentual de 39,76%. No domingo, no Parque Farroupilha, 1146 pessoas votaram. Quero fazer um esclarecimento, porque, no domingo, tivemos oportunidade de vivenciar uma tribuna livre. Lá ocorreram várias manifestações e discussões acaloradas e acirradas. Ao abrir as urnas, tivemos a grata surpresa de constatar cartas com muita fundamentação em seus pareceres sobre o  porquê de não cercar; estas pessoas procuraram não ficar no anonimato, dando seu nome, endereço e telefone. Isso mostra que a população,  realmente, está interessada nesse assunto. Das 1146 pessoas, 970 disseram não ao cercamento, representando um percentual de 84,6; apenas 176 pessoas foram favoráveis, ou seja, 15,4. Num universo consultado, de 1893 pessoas, 1420 disseram não, 75%; e 473 disseram sim, 25%. Isso demonstra que a nossa população não quer.

 Resolvemos ir adiante e ontem tivemos a oportunidade de promover um debate com alguns segmentos importantes. Participaram a Associação dos Profissionais de Educação Física do Rio Grande do Sul, Associação dos Atletas Veteranos do Rio Grande do Sul, Comandante do 9º BPM, Comandante do 4º Regimento de Polícia Montada, ecologista Augusto Carneiro, representando Lutzemberger, Secretaria Municipal de Esportes, Presidente da EPATUR, biólogos e o Ver. Nereu D'Ávila, que está propondo o cercamento. Ficamos surpresos, porque a única instituição convidada que não compareceu foi a Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Mas hoje o chefe de gabinete da SMAM explicou que houve um contratempo e um problema de comunicação.

Apenas duas pessoas tiveram posicionamento contrário: o Sr. Paulo Lopes, da AVEGA, colocando a opinião dos atletas veteranos de que a Redenção deveria ser cercada; e o Comandante do 9º BPM, dizendo que para  a Brigada seria interessante o cercamento. Ele fez uma alusão, fugindo até um pouco do foco. Segundo ele, para a Brigada seria importante o cercamento, porque toda vez que ocorrem batidas, onde são revistadas pessoas na Osvaldo Aranha, muitos invadem o parque. Ao mesmo tempo, consultamos que cerca seria essa que impediria que essas pessoas, num momento de desespero, passassem? Tranqüilamente passariam. Fomos ainda informados de que, em várias oportunidades, as pessoas se escondiam em galhos das árvores e não tinham como ser descobertas, mostrando que a questão da segurança perpassa por outros aspectos. Além disso, o relatório que recebemos do  4º Regimento de Polícia Motorizada, dos meses de julho a novembro de 1996, realmente informa que a segurança lá está tranqüila. Existem poucas ocorrências e vou ler rapidamente:

(Lê.)

 

“RELATÓRIO DE OCORRÊNCIAS ATENDIDAS.

 

LOCAL: PARQUE FARROUPILHA

PERÍODO - mês de julho a dezembro de 1996.

 

FONTE: SERVIÇOS DE INFORMAÇÕES OPERACIONAIS DO 4º RPMon.

 

 

CONTRA OS COSTUMES

 

Oc. 04 = Ato Obsceno   =  05

Oc. 11 = Embriaguez     =  05

Oc. 12 = Desordem       =   09

Subtotal                         =  19

 

 

CONTRA PATRIMÔNIO:

 

Oc. 17 = Dano  =  01

Subtotal            =  01

 

 CONTRA A PESSOA:

 

Oc. 05 = Roubo               =  04

Oc. 23 = Agressão lesão  =  01

Oc. 58 = Desacato           =  01

Subtotal                               06

 

OUTRAS INFRAÇÕES

 

Oc. 14 = Salvamento Animais  = 01

Oc. 21 = Pol. Local                  = 0l                35 Abordagem

Oc. 50 = Inspeção Local          = 45             

                                                                      10 Comunicações

Oc. 44 = Assistência                    =  04

Oc. 55 = Pol. Loc. Div. Públicas  =  04

(Obs. ARAÚJO VIANA)                 __        

Subtotal                                           55

                                                        

TOTAL DE OCORRÊNCIAS:        81

 

OBS: A Aplicação Média de Policiamento Diário é de:

 

- 01 (um) PM no Posto Fixo por Turno;

- 01 (uma) VTR com 02 (dois) PM por Turno;

- 03 (três) PM Montados nos 2º e 3º Turnos;

- 01 (uma) VTR MOTO assistematicamente nos 2º e 3º Turnos.

 

                                                    

                                                  ILSON PINTO DE OLIVEIRA

                                                  Maj Rsp p/Cmdo  4ºRPMon”

 

 

Estão mostrando que aquela tão propagada falta de segurança inexiste, ou seja, a população de Porto Alegre pode transitar tranqüilamente naquele local, pois não corre nenhum risco hoje, de ser assaltada ou abordado.

Tempo de liderança por gentileza.

 

O SR. PRESIDENTE: V. Exª. tem assegurados mais cinco minutos do tempo de Liderança do PSB.

 

O SR. CARLOS GARCIA:  Obrigado. Tivemos a oportunidade de caminhar pela Redenção e constatamos que o patrimônio não está tão malconservado. Existem alguns descasos, realmente, mas existem muitas pichações. Será que essas pichações seriam evitadas com o cercamento? Tenho certeza de que não. Diante do exposto,  insistimos em que os nossos Vereadores cuidem com carinho desse caso. Ficamos preocupados quando, ontem, o comandante do 4º Regimento da Polícia Motorizada informou-nos que o convênio com a Prefeitura está vencido há dois anos. Isso o Poder Público tem que ver. Por que este convênio está vencido há dois anos? Ao mesmo tempo, o Ver. Záchia nos informou sobre a questão dos 250 mil reais. Fazendo uma consulta ao Secretário da  Fazenda, ele disse: "Isso, Ver. Garcia, foram vocês que votaram". Temos que ter esse cuidado, porque não temos o domínio de todas as situações, o Executivo, também, tem que nos municiar. No momento em que o próprio Executivo diz que 250 mil reais é muito pouco, nós questionamos por que o próprio Executivo deu essa informação subsidiando 250 mil.

A questão das praças e parques, aqui em Porto Alegre, perpassa por outros aspectos bem mais abrangentes. Nós vamos cuidar de perto esta questão, porque ficamos impressionados com os tipos de manifestações. Nós temos outras visões que não tínhamos: por exemplo, uma iluminação excessiva no Parque Farroupilha poderia fazer um processo de migração das aves e alterar a floração daquelas plantas. Isso só quem sabe são os técnicos, pois não temos essas informações. Nós temos que ter informações precisas, um carinho muito grande, porque, hoje, milhares de pessoas transitam nos parques de nossa cidade para o seu lazer.

Gostaria, ao mesmo tempo, de me engajar, de antemão, na questão do velho estádio dos Eucaliptos, onde comecei a minha vida desportiva. Quero que aquela área seja preservada para esportes.

Por último, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero parabenizar a iniciativa dos Srs. Prefeitos e Vice-Prefeitos, porque tivemos a oportunidade de estar juntos contra a reeleição. Conclamamos também os nossos colegas Vereadores da nossa Casa e as demais Casas do nosso Estado a que se posicionem, mesmo que sejam contra, pois este é um assunto sobre o qual não dá para ficar "em cima do muro". Precisamos do posicionamento das nossas lideranças, posicionamento nosso que somos lideranças também, pois, quer queiram ou não, a opinião pública está esperando a nossa resposta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.) 

 

O SR. PRESIDENTE: A Verª. Anamaria Negroni está com a palavra.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Estou aqui me manifestando pela primeira vez diante deste Plenário, o que,  para nós, é uma satisfação  muito grande por termos tido a oportunidade de  ser eleita como um dos 33 Vereadores desta Casa. Embora tenha sido a 33ª cadeira que eu tenha conquistado, não me sinto de forma alguma menos Vereadora que os demais  colegas. Sinto-me com força total para iniciar essa nova carreira, essa nova etapa da minha vida. Certamente o farei com muito respeito e de forma criteriosa essa minha atuação aqui nesta Casa.

 Esta minha manifestação, neste momento, é feita de total improviso,  por isso peço a compreensão dos meus nobres colegas que já estão habituados a se manifestar neste Plenário. Antes de falar a respeito de outro assunto,  coloco o meu gabinete à disposição de todos os colegas, o meu gabinete e a minha Assessoria,  naquilo que se fizer necessário.

 Gostaríamos de nos manifestar com relação  à  reeleição que,  no últimos tempos,  é o assunto predileto na mídia nacional.  Obviamente,  nos posicionamentos a favor da reeleição,  não porque  pertencemos ao Partido da Social Democracia Brasileira, Partido do Sr. Presidente da República,  mas  também porque acreditamos que o Presidente, os Governadores, os Prefeitos que hoje têm um mandato têm o mesmo direito que outras pessoas que se candidatariam.  É um direito legítimo daqueles que hoje ocupam esses cargos. O Presidente da República não fala em nome dele quando fala em reeleição. O que ele quer é ter o mesmo direito que teriam o Sr. Paulo Maluf, um dos pretensos candidatos para 98,  o Sr. Sarney,  o Sr. Itamar Franco,  o Sr. Lula,  todos pretensos candidatos. O nosso Presidente da República coloca outros nomes do PSDB como candidatos para a nova eleição. Nós vemos que se falou aqui que há mudanças das regras do jogo: no caso, o nosso  Presidente da Casa se manifestou no sentido de que não apoia as mudanças das regras durante  o jogo. Eu não vejo dessa forma; eu vejo como um direito legítimo e até democrático do Presidente da República,  pois ele tem o mesmo direito que os demais candidatos e, inclusive,  isso  é  um direito não  só dentro das democracias mais conhecidas no mundo, como os Estados Unidos, a França, onde eles têm o direito à reeleição. Por que não aqui no Brasil? Eu acredito que nós estamos dentro de um processo democrático e que não só o presidente da República,  mas  governadores e prefeitos têm o mesmo direito.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exª. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Inicialmente, quero parabenizar a nobre Vereadora  pelo seu primeiro pronunciamento nesta Casa e dizer que sobre o pronunciamento desta matéria - e V. Exª. também tem origem na área jurídica - nós temos nos manifestado contrariamente,  inicialmente porque fere o princípio da legalidade. É ilegal, é inconstitucional e a esse Congresso não foi dada pelo poder constituinte originário essa atribuição,  e o período de revisão constitucional  já foi encerrado. Mas nós não ficamos nessa questão da legalidade, da constitucionalidade;  nós ficamos na questão da ética, na forma como essa questão está sendo encaminhada, no uso do dinheiro público, com a entrega do patrimônio nacional para que esse desiderato da candidatura do Sr. Fernando Henrique Cardoso seja alcançado. Queremos chamar a atenção sobre a forma como isso está sendo encaminhado, como o governo conduz as medidas provisórias dentro do Congresso Nacional. É uma forma que não se iguala aos piores períodos áureos da ditadura militar neste País. Obrigado.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Eu gostaria de colocar,  em relação à legalidade, e isso já foi discutido, inclusive com um mandado do PPB contra essa pretensão do Presidente da República,  que já  está acertado que é constitucional e V. Exª. tem conhecimento disso,  tem vasta matéria na imprensa a respeito disso.

 Com relação ao risco do uso da máquina pública,  temos um entendimento diferente: que o mau uso da máquina pública  pode ser,  inclusive,  demonstrado na nossa  história brasileira e pode ser utilizado também com o apoio a algum candidato. Então, no caso,  temos  visto aqui que o Partido dos Trabalhadores tem usado a máquina  administrativa de forma clara e evidente, quando tem reelegido sucessivamente os seus vice-prefeitos. Podemos comentar a respeito do Paulo Maluf que, com sua força política, conseguiu eleger o Pitta,  que era um ilustre desconhecido na cidade de São Paulo. Pita não era candidato para bater uma Erundina,  que era mais conhecida, ou muito menos um Ministro como o Serra, que tinha muito mais condições para ser eleito naquela Cidade.  Então,  com  relação ao uso da máquina pública, acho que esse ponto, de forma alguma, pode ser tratado dessa forma. Gostaria  de colocar mais coisas a esse respeito; estamos estudando; vamos ver agora em relação ao que será decidido hoje e prosseguiremos amanhã. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Liderança.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ouvi atentamente o Ver. Carlos Alberto Garcia, quando se referia ao problema dos Eucaliptos. É oportuno, Vereador, até porque, nesta semana, lia no "Correio do Povo", uma matéria em que o Vice-Prefeito José Fortunati mostrava preocupação com as áreas irregulares, tanto do Internacional como do Grêmio

       É importante que se diga,  principalmente para os novos Vereadores, que a questão dos Eucaliptos,  aqui,  foi  iniciada pelo Ver. Clovis Ilgenfritz há oito anos atrás, um processo longo,  um  processo desgastante, em que conseguiu, esta Casa, fazer com que houvesse um Projeto, mas que não houve,  no  final,  um acordo  com o  Executivo e não foi aprovado. O que eu estranho é a desinformação do Vice-Prefeito José Fortunati, e até deve-se considerar, Ver. João Dib,  porque ele está chegando agora. Está assumindo há poucos dias e não é conhecedor, ainda, de problemas antigos de Porto Alegre.

 Este Vereador,  juntamente com outros Vereadores, Conselheiros do Internacional, o ex-Vereador Dilamar Machado, o ex-Vereador Artur Zanella, estivemos por diversas vezes com o Prefeito Tarso Genro. E a última vez, acompanhado do Presidente do Internacional, do Presidente do Conselho Deliberativo do Internacional, fomos juntos ao Prefeito Tarso Genro, quando ele nos garantia, na ocasião, que estaria fazendo uma Comissão específica  para que pudessem, tanto o Executivo como o Internacional, chegar a um acordo. O Internacional via com muito bons olhos a proposta do Prefeito Tarso, a qual era, em parceria com o Clube, de regularizar aquela área em torno do Beira Rio que o Internacional, ao longo do tempo, se apropriou de uma maneira indevida, mas que houvesse uma troca. O Internacional faria Escolas Municipais, faria um Projeto junto à Secretaria Municipal de Desporto para que pudesse, até, criar uma escolinha específica  para os menores carentes, aqueles que  necessitam de uma oportunidade para a prática do desporto, que, hoje, não tem, ainda, uma estrutura no Município, que permitiria isso. Foi dito, na ocasião, pelo Prefeito Tarso Genro e foi cobrado,  por  mim,  nesta  tribuna,  por  diversas vezes, por que não acontecia a realização desta tal Comissão.

 O tempo passou, terminou o mandato, enfim, não aconteceu absolutamente nada, e o Internacional mudou o seu objetivo. O Internacional tinha muito clara a idéia inicial da permuta dos Eucaliptos pela regularização da área do Beira-Rio, mas não havia boa vontade por parte do Executivo, que entendia que os Eucaliptos tinha uma avaliação zero. O Executivo entendia que os Eucaliptos não valiam  nada. Valia só o terreno, que toda aquela construção existente nos Eucaliptos, ao contrário, seria onerosa aos cofres municipais. Deveria haver a demolição e a saída dos entulhos. Isso contraditoriamente,  porque aquele comércio que existe nos Eucaliptos é um comércio que tem alvará concedido pela SMIC. Se a SMIC dá um alvará,  parte-se do pressuposto que a condição física  do prédio, se não era das melhores, é razoável. Se a SMIC deu o alvará e entende que o aspecto físico vale alguma coisa, como é que na avaliação do Executivo Municipal foi avaliado em zero? O Internacional desviou seu projeto inicial e entrou na SMOV com o projeto da construção de um edifício residencial e comercial em parceria com uma empresa do ramo imobiliário. Parece que está trancado na SMOV. O Internacional quer regularizar essa área irregular para que possa ter condição de expansão nesses campos suplementares para que se possa desenvolver esse projeto que atende aos meninos de 12 a 18 anos. Mas  o Internacional não pode ficar à mercê dessa indefinição do Executivo Municipal, e já se passaram 7 ou 8 anos. O Internacional quer que haja uma ação desta Câmara para que junto ao Executivo possamos regularizar, não somente a área do Internacional, mas que possamos regularizar os Eucaliptos. Acho que é oportuno o posicionamento do Ver Clovis e do Ver. Garcia, que possamos fazer um grande centro esportivo municipal. Porto Alegre tem essa carência. Os Eucaliptos é um patrimônio histórico. Ali foi realizada a Copa do Mundo de 1950. Seria importante esse resgate histórico da Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Está com a palavra o Ver. Adeli Sell em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é impossível nesta semana, mesmo com outros interesses importantes aqui no Estado do Rio Grande do Sul, que a gente não discuta o tema  que está tomando conta do debate nacional, que é a reeleição. O nosso interesse seria discutir a agenda social, o desemprego, a falta  de uma política agrícola do Governo Federal, mas somos obrigados a discutir a questão da reeleição até porque na pauta há uma Moção para discutir exatamente essa  questão. Temos uma posição clara e inequívoca contra a reeleição dos atuais mandatários. Não se trata de discutir a questão em tese. Em tese também sou contra discutir a reeleição do Executivo  em nível estadual, municipal e federal. Trata-se de discutirmos a reeleição do presidente da República, e esse era o seu objetivo, do seu partido e de seus aliados e que, por negociações e dificuldades em apenas aprovar a reeleição do Presidente da República, hoje já  se discute a reeleição dos atuais mandatários, incluídos aí os prefeitos que acabaram de ser eleitos. Achamos que a reeleição no meio de um mandato é um golpe contra a democracia, é ilegítimo, ilegal e inconstitucional. É muito diferente a eleição de um prefeito, vice-prefeito, governador,  presidente da república  que pertença ao mesmo partido que está na administração. São coisas completamente diferentes porque as pessoas participam em igualdade de condições com os outros candidatos. Quando se está no governo e se continua governando até o último dia, e, durante o seu mandato, se faz campanha eleitoral, em primeiro lugar, quero dizer que é impossível governar coerentemente nos momentos em que se está em uma disputa para Presidente da República no tamanho que é o nosso País. O que fará Fernando Henrique Cardoso no ano de 1998 em termos de trabalho para governar, quando estará em uma disputa acirrada para presidência da república com outros candidatos, com tempo integral, correndo pelo País afora, voando  pelo País afora, e o Presidente da República terá condições físicas, pessoais de ao mesmo tempo  pensar no Brasil, resolver as graves questões da nossa Nação, e ao mesmo tempo disputar a presidência da República? É evidente que não, mas não se trata apenas de uma questão de tempo, de coerência, trata-se antes de mais nada, como já coloquei anteriormente, da questão da democracia, das regras do jogo, da legalidade e da ilegalidade. Neste sentido queremos discutir essas questões aqui na Casa, e aqui têm pessoas com grande qualificação para discuti-las, indiferentemente das suas posições políticas e ideológicas. Fiquei muito satisfeito em ver segmentos do PMDB,  no final de semana, colocarem-se contra a reeleição;  fico muito contente em ver,  também,  que o partido ao qual temo-nos oposto,  política e ideologicamente, como o PTB, em nível nacional tem-se colocado contra a reeleição. Gostaria de saber qual a posição dos companheiros, dos colegas Vereadores do PTB, aqui, nesta Casa, sobre este tema tão importante da conjuntura nacional. Quero dizer que não me atrapalha,  não  me deixa numa situação difícil, como alguns querem colocar,  o  PT  estar numa aliança com  Quercistas e Malufistas e outros segmentos com os quais temo-nos debatido; não há problema nenhum,  porque quando se trata de uma questão de posição,  podemos fazer aliança com qualquer partido, e que muitas vezes o contrário acontece aqui e em outros lugares: somos cobrados como secretários por não fazermos alianças pontuais em cima de determinadas questões com partidos com os quais temos pensamentos antagônicos; queremos desmistificar essa questão,  aqui, como queremos desmistificar essa questão  em qualquer debate que tenhamos. As nossas posições são claras e coerentes, temos uma posição política, e somos talvez o primeiro partido que tomou a posição de seu diretório nacional contra a reeleição. Então, estamos prontos, abertos com todos os Vereadores de todas as bancadas, para que em seguida aprovemos uma Moção contra a reeleição dos atuais mandatários, em particular,  do Presidente da República,  Fernando Henrique Cardoso, que, em nossa opinião, legisla em causa própria.

Também quero colocar que, quanto ao Parque Farroupilha, já deixamos clara a nossa opinião.  Gostaria de  dizer que foi muito importante a iniciativa do Vereador Carlos Garcia de ter feito uma consulta não apenas no Parque mas também no centro da Cidade,  acerca do cercamento do Parque.

Gostaria de dizer que têm razão os Vereadores que levantaram a sua preocupação sobre o orçamento destinado a praças,  jardins e parques. É um orçamento pequeno e que tem que ser discutido e analisado. Nós vamos estar no Orçamento Participativo do Centro onde  temos a maior parte dos parques. Os parques são espaços de cultura,  recreação e lazer, que são elementos constitutivos da cidadania. Sabemos que ali, nos finais de semana,  no  tempo  livre dos nossos trabalhadores, de nossos assalariados, eles procuram estes espaços públicos para usufruir da melhor qualidade de vida que temos aqui em Porto Alegre.

 Na semana passada,  insisti na importância de uma parceria do Governo Municipal, Estado do Rio Grande do Sul,  para  que pudéssemos, em conjunto, trazer para cá um parque temático. Hoje à tarde tenho a satisfação de ter uma audiência com o Secretário de Turismo, Güinter Staube, para discutir esta questão. Reafirmando o que disse na semana passada,  precisamos colocar Porto Alegre como um dos centros turísticos do sul de nosso País. Acredito que temos esta possibilidade e,  por esta razão, devemos trabalhar em conjunto com o Governo do Estado, Governo Federal, com a iniciativa privada, com as instituições que têm vinculação com este segmento tão importante de nossa economia. Nesta sexta-feira, a pedido da Associação dos Motoristas de Táxi de Porto Alegre, teremos a oportunidade, aqui nesta sala,  às 11h, de ter a demonstração de um rastreador  para a segurança dos nossos taxistas. É uma discussão nova para muitos de nós - para mim,  pelo menos - e haverá uma demonstração aqui, para a qual a Associação convidará todos os Vereadores. O pessoal de Relações Públicas já colocou esta sala à disposição para ouvir a Associação,  para  nos  explicar  a sua proposta. A partir disso nós poderemos começar a discutir com maior conhecimento de causa este instrumento tão importante, segundo a Associação, que é o rastreador. Assim,  deixo registrados esses temas tão importantes para nós, na Capital.

 Chamo os Vereadores a pensarem sobre a questão da conjuntura nacional da reeleição e seguirem o exemplo de Raul Pont e José Fortunati, com a atividade que fizeram segunda-feira na Prefeitura, contra a reeleição de Fernando Henrique Cardoso e dos atuais mandatários. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicação de Liderança.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,  Srs. Vereadores,  indiscutivelmente não há como se negar de discutir o tema da votação da emenda que permite a reeleição do Presidente da República, dos governadores e dos prefeitos. E aqui, nesta Casa, o que mais se falou hoje foi sobre este assunto,  com  inúmeros posicionamentos. Eu não tenho a menor ilusão de que,  nesta  Casa,  se possa ter uma opinião diversa daquela que certamente irá se manifestar. Para a maioria dos integrantes da Casa, o Presidente Fernando Henrique Cardoso é o responsável pelo grande pecado de ter ganho as eleições em 94, no primeiro turno, contra a vontade da maioria dos integrantes da Casa e,  por conseqüência, da maioria dos gaúchos - foi o único Estado onde o Presidente Fernando Henrique não foi o vitorioso nas urnas naquele momento histórico na vida do País. É preciso que se tenha bem nítido e claro o que está em jogo neste momento,  pois vem com colocação de ética, de legalidade, de moralidade, mas o que está em jogo são altos interesses políticos. O que não querem os malufistas, os quercistas, os petistas, é que se tenha a possibilidade de levar à consideração da opinião pública, que é a juíza soberana dentro do processo democrático, que o nosso projeto político, o projeto que vem sendo exemplarmente dirigido pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, seja submetido à consideração popular. É claro que se tem o temor,  pois as pesquisas de opinião pública dizem que mais uma vez o povo brasileiro dirá "sim" ao Presidente Fernando Henrique Cardoso. E isso as oposições brasileiras não podem aceitar. Ora, se fala em ética política e estamos vendo o Presidente do Senado da República receber, no dia de ontem, o eterno candidato a Presidência da pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva,  e isso é uma postura ética? Depois de terem se espezinhado pela imprensa, agora se entendem em um objetivo único, ambos têm a aspiração de concorrer para Presidente da República e ambos têm a plena consciência de que não conseguirão levar adiante seu desiderato, se de outro lado estiver Fernando Henrique Cardoso. Então o jogo político vem de todos os lados. A decisão do PMDB,  na sua convenção,  é  evidente, é cristalina, dêem-me a Presidência do Senado, dêem-me a Presidência da Câmara dos Deputados e aí não tem problema,  nós aprovamos a reeleição. Aqueles que dizem que Fernando Henrique está negociando com as coisas do governo estão cegos diante da realidade,  não observam a resistência que ele tem feito para não ser submetido a esse jogo baixo que alguns pretendem lhe envolver para evitar aquilo que ele não pediu,  pois  a  Emenda da reeleição não é de iniciativa do Executivo e nem do Presidente da República. Foi um parlamentar integrante do meu partido que propôs, em um direito legítimo, essa Emenda e que entrou na convocação extraordinária do Congresso, não pela vontade do Presidente da República, mas sim pelos dirigentes do Congresso Nacional que entenderam de aditar a mensagem do Presidente da República e colocar em discussão essa matéria. Ora, Sr. Presidente,  nós não vamo-nos assustar com nada, não vamo-nos surpreender com nada. Esta Casa tem maioria de oposição. Quem votou no Espiridião Amim para Presidente da República, quem votou no Lula para Presidente da República, quem votou nos candidatos que foram derrotados pelo Fernando Henrique Cardoso em 1994 não têm interesse em vê-lo novamente candidato,  porque sabem que, nas urnas, o povo brasileiro vai fazer justiça a esse grande Presidente que levou adiante o Plano Real, que trouxe a estabilidade econômica a esta Nação, que reabilitou,  inclusive, a nossa dignidade internacional e que passado o Projeto da reeleição será - isso sim - reconduzido à  Presidência da República porque o povo brasileiro, na sua maioria, apoia o seu governo, e isso traz o temor justificado aos seus opositores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, é assegurado aos integrantes da Comissão Representativa o uso da palavra e não tendo todos os integrantes da Comissão Representativa presentes à Casa usado dessa prerrogativa, eu consulto a V. Exª. se é aberta a possibilidade ao suplente quando existem Vereadores integrantes da Comissão representativa que, por não estarem no Plenário no momento em que foi feita a chamada do seu nome, não puderam usar desse espaço. Nesse caso incluo a mim e sei que se inclui a Verª Maria do Rosário, que manifestava, há pouco, o interesse em usar essa prerrogativa.

 

O SR. PRESIDENTE: A matéria é tratada pelos artigos 79 e seguintes do Regimento. O Art. 81 estabelece que todos os Vereadores poderão participar da reunião,  porém só os integrantes da Comissão Representativa têm o direito a voto. O Parágrafo Único estabelece que durante a reunião da Comissão Representativa os Vereadores presentes poderão usar da palavra por 10 minutos, cada orador, com direito a aparte, falando prioritariamente os membros titulares da Comissão. Foi feita uma chamada, hoje, na ordem inversa, de baixo para cima e foram chamados todos os Vereadores, nem todos estavam presentes naquele momento. Então é uma questão de entendimento. A Lei fala em "prioritariamente".

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Esta Vereadora não tem intenção de usar  a palavra neste momento.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Não cabe, tratando-se de matéria legal e regimental,  prestar agradecimento, reconhecimento. Entretanto, a manifestação  que pode ser reconhecida como solidariedade merece atenção e registro. Quero,  nesta oportunidade,  reconhecer  a  manifestação do  Ver. Isaac Ainhorn,  que,  a partir das exposições anteriores,  tanto na Mesa como de Vereadores desta Casa, reprisa a legalidade do ato que deu posse a mim e ao Ver. Lauro Hagemann. Por isso é importante assinalar essa manifestação. De outra parte, lembro a cultura popular, um provérbio muito interessante que vem ao encontro psico-ético das manifestações aqui levantadas desde a primeira oportunidade, desde a primeira reunião; é aquilo que diz a vizinha do lado, que é o joãozinho-do-passo-certo,  não é uma maneira desrespeitosa, porque isso é cultura popular, é apenas para singularizar, no entendimento do povo, aquilo que é  a  posição do Ver. João Dib nesta Casa. Nós não podemos aceitar quietos ameaças, de certo modo, de procurar intimidar a Casa e os demais componentes desse egrégio Plenário, ameaçando. Isso não é próprio de alguém que tem a história do Ver. João Dib,  mas, em todo caso talvez, os anos tenham machucado os entendimentos na sua maneira de ver. Essa é uma colocação que vejo como pertinente. Nós não podemos sujeitar a Casa a um Vereador. A Casa sempre tem que estar composta por 33 Vereadores. Nunca ela poderá ter 31, tem que ter 33. Trinta e cinco também não, mas nunca esquecendo que 31 também não é o número.

De outra parte, eu também me preocupo com as questões de transportes e de trânsito,  como já me manifestei em outras vezes. Uma preocupação que esta Casa tem tido há bom tempo é a que diz respeito ao transporte dos táxis-lotação em relação às  paradas de embarque e desembarque. Eu sempre disse que não há necessidade de criarmos paradas para os lotações. Dentro da área da Primeira Perimetral eu entendo que se deva ter cuidados para evitar maiores  problemas na fluidez do tráfego com as paradas intempestivas,  inoportunas  e  inadequadas  do lotação. Mas fora da Primeira Perimetral há um critério muito simples para  resolver o problema: não é  preciso esquentar a cabeça procurando onde estacionar ou para embarque e desembarque; basta que se aplique, através do policiamento e da fiscalização, a legislação de trânsito. Quer dizer,  parar nas esquinas,  isso  é tão velho quanto os códigos anteriores; não precisa ser o de 66,  pode ser o anterior. Parar em local onde é proibida a parada e o estacionamento, não pode. Então, não é preciso estar promovendo leis que,  por serem ilegais,  inconstitucionais,  porque a matéria é trânsito e transportes o que acaba  caindo nas mãos do Governo Federal. Então não é preciso,  criar mais leis, basta a fiscalização agir. O problema básico é sempre pertinente à fiscalização.

Claro que, quando se trata da sinalização do trânsito,  nós devemos  e temos que seguir a legislação pertinente. Nós não podemos criar embaraços para ela. A autoridade de trânsito à qual incumbe sinalizar,  pode vir ao encontro de alguma disposição legal, se assim entender, para melhor encaminhar,  tanto  sob o ponto de vista da fluidez quanto da segurança do trânsito. Eu entendo que não deva ter,  se não houver  um motivo muito forte para que se coloque uma sinalização que venha flagrantemente contra uma norma do Código de Trânsito. Então, o estacionamento é um dos problemas delicados no que diz respeito ao trânsito,  temos que ter aí os nossos cuidados. Uma outra manifestação que gostaria de fazer, talvez em nome das religiões das quais não tenho procuração, devo declarar que a minha religião é Católica Apostólica Romana,   contra a qual  não há dúvida alguma, mas, em se tratando de manifestação religiosa, temos que ter plena observância do que está escrito na Lei maior, na Constituição; ela assegura ampla, plena e livre manifestação para as religiões; não podemos estabelecer restrições. Lembro, quando eu era titular de Delegacia de Polícia - tinha grande prazer e orgulho disso - que as casas de religião compareciam na Polícia para pedir licença, mas pedir licença para quê? A Constituição assegura o pleno exercício da religião, claro que não autoriza a quem quer que seja a perturbar o sossego público ou causar problemas com relação à ordem e à segurança,  mas pedir permissão, ou não. Com relação ao "despachódromo", acho que isso  também não pode ser aceito pelas casas de religião, várias religiões, Umbanda, Quimbanda e casas de nação, não devem aceitar, porque é uma restrição que impede a elas de exercitar plenamente a sua convicção, as sua fé religiosa. Não sou de Umbanda,  não sou de Quimbanda, mas acho que deve ficar registrada,  aqui, uma palavra em favor da liberdade religiosa.

O outro aspecto com relação à segurança no campo da Várzea, ou na Redenção, ou no campo do Bom Fim,  hoje  Parque Farroupilha,  também  não vejo por que ter convênio entre a Brigada e a Prefeitura. Se a  Prefeitura, o Executivo, julgar oportuno auxiliar o policiamento na Redenção,  tudo  bem. Agora, a Brigada não pode se negar de levar a cabo a sua missão de policiar. Muito obrigado.

   

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  eu sempre digo que o tempo não passa,  nós é que passamos por ele sem que ele seja alterado. Nós podemos marcar o tempo e eu não fui marcado pelo tempo.

Eu não sou o joãozinho-do-passo-certo, eu sou o João Antônio Dib,  um homem  responsável,  que  faz as coisas com seriedade,  com  coerência, com responsabilidade  e,  sobretudo,  com muito respeito. Até quando falaram em  joãozinho-do-passo-certo, eu imaginei que alguém iria me cumprimentar pelo passo certo. Eu não estava me atribuindo o passo certo. Eu estava em dúvida sobre o passo certo. Tanto que eu quero buscar a justiça. Imaginava que eu seria cumprimentado e, ao contrário, eu fui levemente agredido, porque eu tenho a absoluta convicção de que o Vereador não tinha intenção de me magoar, de me machucar. Mas a Ata que foi aprovada por esta Casa diz claramente: "Em Comunicação de Líder, o Ver. Gérson de Almeida declarou que a posse dos Suplentes Cyro Martini e Lauro Hagemann é um ato legal e regimental". Eu concordo.  Ressalvando que a forma como o processo foi encaminhado pode suscitar margem para a criação da polêmica hoje observada.  É o líder do PT que declara isso, não eu. Claro que tenho dúvidas, e as  dúvidas minhas, como engenheiro que sou, têm que ter alicerces no Regimento. A Procuradoria da Casa mostra o caso do Ver. Gregol, que, no dia 1º de janeiro de 1993,  licenciou-se. Deveria ser substituído pelo Ver. José Valdir, que licenciou-se também no dia 1º de janeiro de 1993. A  Casa hoje tem 33 Vereadores. Dois estão no Secretariado. Não vejo razões para que a Câmara convoque dois suplentes para a Comissão Representativa, nem titulares, quando todos os outros são suplentes da Comissão Representativa. É claro nas atas e Anais da Casa do dia 1º: os documentos que entraram são absolutamente claros. A licença dos Vereadores inicia-se no dia dois de janeiro. É claro o Regimento quando diz que o Vereador que assume cargos no Secretariado do Município automaticamente é licenciado no momento da posse: dia 2 de janeiro. Eu não estou com o meu passo certo,  então João Antonio Dib  não tem passo certo. Ele quer que a Justiça lhe diga se o passo está certo, ou deva ser trocado. Eu trocarei, se estiver errado. Como disse antes, tenho a minha verdade. Quero defendê-la. O Ver. Juarez Pinheiro havia proposto que se ouvisse a Comissão de Justiça, mas a Comissão de Justiça só se instala no dia 17 de fevereiro. De repente, é preciso para a Casa que se dê uma definição, para que até se diga que foi injustiçado o Ver. Raul Carrion no ano passado. Talvez até se pague os seus subsídios de Vereador que a Câmara lhe negou. Vejam que estou fazendo uma coisa que é séria, responsável, que é respeitosa e não tem nada para agredir o Ver. Cyro Martini e o Ver.  Lauro Hagemann. Eu gosto muito dos dois Vereadores, mas tenho tudo contra o posicionamento da Presidência da Casa e da Mesa Diretora que entendeu que estava tudo certo. Então,  precisa  ser esclarecida a situação, e nada mais justo do que esses dois  poderes serem  iguais e harmônicos entre si, Legislativo e Executivo. Tem alguma dúvida? Vamos buscar a solução no Judiciário, e é o que estou fazendo com o pedido que já fiz de documentos à Presidência. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Está com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, embora já na virada do meio-dia,  fiz questão  de permanecer para usar da palavra no momento oportuno,  porque quero trazer à consideração do Plenário uma situação que me parece bastante grave e que,  de certa forma, diminui esta Casa. Como certamente vamos enfrentar essas situações durante este ano, é bom que a lição que o Legislativo Municipal está tomando e que,  certamente, tomará ao longo do ano,  por responsabilidade do Executivo, possa servir, ao menos, de orientação à Mesa Diretora e à Presidência da Casa,  já que não serviu para o antigo Presidente Isaac Ainhorn. Quero me referir ao que hoje constitui à Lei N.º 7.926, publicada no Diário Oficial do Município no dia 20 de dezembro de 1996, com imensa pressa pelo Executivo Municipal,  e, hoje, lei que desafeta da destinação de uso comum do povo próprios municipais para fins de regularização fundiária, através de concessão de Direito Real de Uso. Nesse caso especificamente, área de jardins e vielas integrantes da quadra formadas pelas Ruas Aldrovando Leão, Saturnino de Britto e Galiléia, ou seja, áreas da Vila Jardim.

 Esta Casa já sofreu, no ano passado, pressões do Executivo, que para cá trazia moradores em quatro diferentes ocasiões. A última foi exatamente essa. O Projeto de Lei enviado pelo Executivo tem a data de 7.10, e foi votado antes do dia 15.12, com imensa pressa. É bom que se lembre que essas áreas, certamente o Vereador Juarez Pinheiro conhece muito bem, pensa que não alertou a Câmara no que deveria ter alertado, essas áreas todas pertenciam aos antigos loteamentos  criados em todos dos anos 40, 50, alguns loteamentos particulares, outros loteamentos de cooperativa, como é o caso,  por  exemplo, da área da qual eu tenho interesse particular, porque ali moro, do Jardim Itú Sabará, formado por cinco diferentes cooperativas. Esses  Projetos, devidamente  aprovados pela Prefeitura, e assim licenciados, e assim construídos, previam pequenas passagens de pedestres, áreas verdes, áreas de escolas, previam uma série de áreas comunitárias que deveriam ser implementadas pelas cooperativas.

Recentemente, em torno dos anos 70, e, sobretudo nos anos 80, as cooperativas desfeitas com todas  as mudanças  que ocorreram no País, fim da HINOCOP, do BNH,  passagem de todas essas administrações, a Caixa Econômica Federal, as associações de moradores, de modo geral,  fizeram opções de doar essas áreas, de maneira legal, com registros ao município de Porto Alegre, com a condicionante que está presente, diga-se de passagem,  no Código Civil Brasileiro, de que a atuação e a recepção por parte do poder público municipal implica no cumprimento daquilo que o projeto original de urbanização previa, ou seja, que é a passagem de pedestre. Esta deveria continuar sendo, inclusive, implementada,  fiscalizada e garantida pelo poder público. O que fosse área verde como área verde fosse mantido, inclusive implementada a praça ali prevista, e assim por diante. Antes de morar no Jardim Itú, morava no Jardim do Forte, e por isso conheço bem essa região da qual estou falando. Tive que resolver um problema junto ao então Secretário do Meio Ambiente, Vereador Caio Lustosa, quando todas as cooperativas que já haviam feito os registros de entrega de doações ao Município, na administração Collares, a Prefeitura, simplesmente, havia perdido a documentação, e chegaram ao cúmulo de multar uma associação de bairro,  porque  teria invadido uma área,  um próprio municipal que, na verdade, era um dos poucos que havia sido entregue,  porque a cooperativa  o mantivera em sua propriedade, pois iria utilizar como área. Então,  tive que conseguir novas cópias dos documentos de doação para evidenciar que aquilo não era da Prefeitura, mas também para pedir que ela cumprisse a sua parte, ou seja, implementasse tudo aquilo que estava previsto no Plano Diretor e nos projetos aprovados várias décadas atrás: passagem de pedestres,  garantia de áreas verdes, retirada de invasores que, ao longo do tempo, haviam se localizado nestas áreas.

 Depois, dia sete de outubro, a Prefeitura envia a esta Casa este projeto que autoriza o Município a desafetar de sua destinação de uso comum do povo os imóveis descritos na Vila Jardim.  E esta Casa, apesar de Comissão de Justiça ter recebido documento firmado por parte interessada alertando que seria cometida uma ilegalidade, ela deu parecer favorável e,  no Plenário, graças aos acordos firmados pela liderança do PT, conseguiu, de fato, ver aprovado o projeto. Antes mesmo de ver aprovado o projeto, a municipalidade, que mentira descaradamente em nível de judiciário e,  inclusive, em desrespeito ao judiciário, no sentido de retirar os pretensos invasores destas áreas, alegando que precisava das áreas para construir as praças, já havia instalado outros invasores pretensamente legalizados. Aqueles que,  teoricamente, poderiam valer-se das nossas legislações de direito real de uso, banco de terras, começaram a construir casas sobre áreas em que o Judiciário acabara de dizer à Prefeitura que precisava fazer área verde, fazer praças.

 Sr. Presidente, eu tenho toda a documentação e chamo a atenção dos Srs. Vereadores, porque a primeira ação dada ao Judiciário por moradores da Vila Jardim tem a data de três de setembro do ano passado. E a Juíza da 2ª Vara da Fazenda, Liselena Schifino Robles Ribeiro, imediatamente, no dia 26 de setembro, concedia a liminar pedida pelos moradores que se julgavam prejudicados pelo Município. Pois no dia 7 de outubro, descaradamente, no mesmo comportamento de mentira, de engodo com que logo depois a Prefeitura vai se comportar em relação ao  Judiciário - e eu já vou provar isso -, a Prefeitura envia a esta Casa o Projeto de Lei,  também enrolando esta Casa. E conseguiu. A Casa aprovou,  porque chega ao cúmulo, Ver. João Dib, de declarar, na sua tentativa de derrubada da liminar, que já enviou e se encontra em tramitação na Câmara de Vereadores, o pedido de desafetação.

 A Procuradoria do Município que assina a tentativa de embargo, Dr.ª Vanesca Buselano Prestes, que juiz é desinformado, é ignorante, é burro, não conhece aquilo que é  o  mínimo do Judiciário, que é o Código Civil. E o Código Civil é absolutamente claro. Uma área recebida pelo Município com uma destinação "x", sob doação de uma terceira parte, não pode ter desvio, sob pena de nulidade. Pois o Município enviou a esta Casa o Projeto posteriormente à data da concessão da liminar e simultaneamente à tramitação da ação no Judiciário.

 Sr. Presidente, eu peço o uso do tempo de Liderança.

 

O SR. PRESIDENTE: Regimentalmente, V. Exª. tem mais 5 minutos,  pelo tempo de Liderança.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado. Na tentativa de caçar a liminar - e em dupla tentativa,  porque não apenas  faz uma tentativa de reconsideração da decisão, como imediatamente tenta uma outra ação que é o efeito suspensivo, que é uma outra piada jurídica - pede efeito suspensivo da liminar, ou seja, deixa construir as casas e depois resolve o problema. Depois que as casas estiverem levantadas e os moradores instalados, aí o Juiz vai dizer que tem que tirar os moradores e aí vai se alegar o problema social. Ora,  várias tentativas fez a Prefeitura Municipal, através de seus procuradores, para derrubar a liminar. Perdeu todas: perdeu no Tribunal da Justiça, na Câmara Cível,  na Vara da Fazenda. Eu conversava, hoje pela manhã, com o advogado que representa os moradores daquele bairro que não querem perder a área. Fizeram a doação dela para ter uma área verde e não para ter mais moradores, independente de sua qualidade, de sua condição ou de sua filiação partidária. Isso está parado,  pois  aguarda a avaliação do mérito, o que está fazendo com que a população de Porto Alegre tenha prejuízo razoável. A Prefeitura comprou material, construiu  parte,  e agora está tudo embargado. Com isso a Prefeitura se torna incongruente,  porque ela aprova um Projeto e cobra que o Projeto seja cumprido, mas ela mesma não o cumpre. Se, eventualmente, no mérito, esses moradores perderem, ao longo do processo,  entrarão com uma declaração de inconstitucinalidade e de nulidade. E esta Casa, porque votou a Lei e foi conivente com a ilegalidade e porque tem-se dobrado às pressões do Executivo,  vai ser acionada junto,  porque foram os Vereadores, na sua maioria, que votaram.

 Faço esse registro, Sr. Presidente,  porque já temos,  nesta Casa,  outros projetos semelhantes no Jardim Itú,  por exemplo. São áreas doadas pela Cooperativa à Prefeitura, no tempo do Collares, mas são destinadas a serem áreas verdes. A Prefeitura já tem o processo de venda, e, às vezes, nem é a base do direito real de uso, é venda, é negócio imobiliário para lindeiro. A Prefeitura ganhou para praça e está vendendo para particular. A menos de 200 metros da minha  casa,  tem  uma situação dessas; aliás, bem em frente a uma grande propaganda do Ver. Décio Schauren.

 Eu acho que esta Casa tem que ter, independente da sua composição, cuidado,  porque, daqui a pouco,  nós vamos estar sendo acionados sem parar,  por desrespeito à legislação vigente no País. A não ser que a Administração Municipal consiga mudar o Código Civil, realmente vai ser muito complicada a votação desses projetos.

 Eu quero deixar registrado, Sr. Presidente,  que em  todas essas ações,  se, eventualmente, a Comissão de Justiça, ou a Procuradoria da Casa derem pareceres favoráveis,  nós  tomaremos a iniciativa do Judiciário, ainda antes das votações no Plenário. Nós não podemos admitir que a Comissão de Justiça,  que,  infelizmente,  se  tornou  muito mais uma comissão política - pela sua própria composição - passe por cima da lei e transforme o Legislativo Municipal em réu de ações, pois, na verdade, muitas vezes, ele recebe apenas um engodo.

 Eu registro,  Sr. Presidente,  que a reeleição acaba de ser aprovada na Comissão da Câmara Federal do Congresso por 18 votos sim. Fica o registro, apesar de todos os discursos contrários. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Resolvendo Questão de Ordem que suscitamos na oportunidade, o Ver. Isaac Ainhorn,  que  presidia os trabalhos na oportunidade, nos assegurou o uso da Comunicação, após os Vereadores inscritos terem usado a palavra.

 

O SR. PRESIDENTE: Este procedimento muda uma regra que tinha sido combinada na primeira reunião. Nós combinamos que todos os Vereadores teriam direito de falar, desde que estivessem no Plenário no momento. Como foi tomada essa decisão, eu vou respeitar. V. Exª. está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Ocupo a tribuna em Comunicações, imediatamente após o Ver. Antonio Hohlfeldt ter informado, da tribuna, o resultado da decisão da Comissão Especial,  que analisa o Projeto de Emenda a Constituição, que tramita no Congresso Nacional. Eu já falei sobre esse assunto no dia de hoje, e tenho sustentado,  inclusive, que a importância desses grandes temas nacionais não podem,  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sobreporem-se de tal forma que nós, Vereadores com assento neste Legislativo, não focalizemos, com a atenção devida, a multiplicidade de problemas que ocorrem no dia-a-dia, no cotidiano da cidade de Porto Alegre e que terão que merecer a nossa atenção. Porque, se é dever do legislador estar atento para os grandes problemas da Nação, para os problemas do Estado, é sobretudo uma imposição legal e orgânica que ele esteja atento aos problemas concernentes ao dia-a-dia da nossa Cidade para a qual nós fomos eleitos representantes populares. Nessa linha,  Sr. Presidente, quero, desde logo, fazer uma afirmação. Eu ouvi, atentamente, a manifestação do Ver. Antonio Hohlfeldt sobre assuntos relativos à decisão da Casa, da Legislatura anterior, e lembrei-me de fazer,  nesta hora, uma colocação que quero que fique nos Anais da Casa. Sistematicamente,  durante os  dois últimos anos da Legislatura anterior nós reclamávamos pela enxurrada de processos,  de projetos de lei que chegavam  à  Casa nos derradeiros dias da Legislatura. E vinham os apelos no sentido de que,  dada a relevância dos assuntos que eram tratados, nós aprovássemos um Regime de Urgência excepcional,  deixando de reunir as Comissões,  fizéssemos reuniões conjuntas das comissões e, quando não,  até votássemos  projetos e pareceres. Eu quero,  hoje, no dia 15 de janeiro, antecipando qualquer posição, fazer um apelo aos Governantes para que se organizem de tal forma que, até o dia 15 de novembro,  estejam na Casa todos os Projetos que tenham necessidade de ser apreciados pelo Legislativo dentro do ano correspondente.  Desde logo, com exceção absolutamente explicável,  salvo  uma situação imprevisível,  por antecedência, todo aquele projeto de lei que vier a esta Casa,  a  partir  da data a que estou-me referindo como a menor lógica, ou seja, 15 dias antes da conclusão do período legislativo. Eu não me comprometo com esses projetos e,  em princípio, votarei contra, porque V. Exª., Ver. Dib,  eu me lembro bem, que sobre essas matérias foi o único que votou contrariamente. A minha postura, aqui anunciada, não é nenhuma demonstração de inflexibilidade na atuação parlamentar,  pelo contrário,  é um aviso antecipadíssimo, de um ano de antecedência para que,  numa tentativa de, mudando esse procedimento,  não fiquemos nesta situação de verificar,  nos últimos dias do ano legislativo,  esta Casa  repleta de pessoas,  com pressões de toda ordem,  pedindo que votem a matéria. Como eu,  por princípio,  não deixo de votar nada que me é submetido, não sou de me abster: essas matérias, tomara que não ocorram. Se forem trazidas à Casa com esse afogadilho, haverão de ter o meu voto contrário.

 

O Sr. João Dib: V. Exª. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Pujol, o importante é fazer uma revisão do artigo 81 da Lei Orgânica,  porque esse Projeto foi votado na forma do artigo 81, como muitos outros assim foram votados, sem que a Casa pudesse,  através das suas Comissões,  definir a matéria. Acho que V. Exª. está colocando muito bem a sua preocupação, o seu aviso antecipadíssimo de que as coisas não podem ocorrer da forma como têm ocorrido, não só na legislatura passada, mas foi em todo o tempo praticamente.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço o aparte, e saliento que nós tivemos uma tolerância bastante abrangente neste ano,  porque,  considerando a excepcionalidade do ano que se viver,  ano de eleição municipal, e a circunstância de que na Casa, antes de 3 de outubro,  muito pouca coisa se tenha votado naquela oportunidade. Agora,  nós estamos ainda no preâmbulo do ano legislativo que, objetivamente, vai iniciar-se no dia 17 de fevereiro. Então, a Casa precisa - e neste ponto tem que contar com a contribuição objetiva do Executivo - de,  progressivamente,  ir enfrentando as questões que lhe forem,  tempestivamente, apresentadas e,  a partir daí, não criar, não permitir, não admitir que tenhamos esses trágicos fins de ano, o que tem sido a característica, ao longo do tempo, dos órgãos legislativos, que sempre se têm que votar em cima da perna muitas decisões, às vezes criando situações de risco, como é essa que,  em princípio, foi criada pelas alegações aqui trazidas pelo Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exª. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sinto-me a vontade para fazer uma aparte no pronunciamento de V. Exª. para dizer que não discordo,  fundamentalmente,  do eixo da sua colocação,  até porque foi eu quem encaminhou, na Constituinte Estadual,  um dispositivo que hoje consta da Carta Estadual, da possibilidade da retirada, mediante requerimento, de projetos encaminhados durante sessões extraordinárias. Mas V. Exª. está fazendo esse pronunciamento com base em manifestação, em fatos, como caracteriza a do Ver. Antonio Hohlfeldt. Aquela questão tem um fundo ideológico na questão do direito real de uso. Muito obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL:  Eu recolho o aparte do Ver. Pinheiro com a maior tranqüilidade,  mas quero deixar claro que,  toda a  vez que eu conceder um aparte, quero que seja ao meu pronunciamento,  não às manifestações que anteriormente foram feitas, porque, se não, inexoravelmente vai ocorrer o seguinte: eu vou ter que conceder, até por uma questão de isonomia, um aparte ao Ver. Antonio Hohlfeldt, e vai estabelecer-se um debate paralelo em torno do meu pronunciamento, o que eu não gostaria que acontecesse.

 Quero dizer que Porto Alegre,  neste início de ano em que tanto se debatem circunstâncias alheias ao Município como a reeleição do Presidente da República, problemas do DETRAN e de outra ordem,  isso vem dando demonstrações claras de que há problemas suficientes para que nós, Vereadores desta Cidade, nos ocupemos. Quero, desde agora, complementando manifestação anterior a respeito do prédio inacabado do Mercado Público Central, alertar a Administração Municipal sobre a necessidade de ter uma melhor programação nas suas obras. Ontem mesmo,  coincidia a presença, num envolvimento de trânsito, de uma ilustre Vereadora desta Casa,  a mais votada no Município, Verª Maria do Rosário que,  junto comigo,  compartilhou,  cerca de 15 minutos, de estrangulamento do trânsito na Av. Ipiranga,  exatamente no trecho próximo à PUC,  pista bairro-centro, onde se realiza uma importante obra do DMAE e onde não  se cogitou da necessidade de se dar um ritmo mais acelerado àquela obra, que vem se arrastando há muito tempo, causando transtorno nesse já caótico trânsito que, a cada vez, se agiganta mais. Voltarei ao assunto,  provavelmente, na Sessão de amanhã. Muito Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Estão encerrados os trabalhos.

 

 

(Encerra-se a Reunião às 12h43min.)

 

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